Perfil microbiológico do leite das raças bovinas Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10194Palavras-chave:
Avaliação microbiológica, Conservação de recursos genéticos, Controle de qualidade.Resumo
A qualidade microbiológica do leite cru pode ser influenciada diretamente pela sanidade dos animais, procedimentos de higiene realizados durante a ordenha e condições de armazenamento do produto. Diante da necessidade de caracterizar os aspectos microbiológicos relacionados à produção de leite dos rebanhos bovinos das raças Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro, foram avaliadas 333 amostras de leite cru à partir da contagem de microrganismos aeróbios mesófilos, psicrotróficos, Staphylococus coagulase positiva bem como a determinação do número mais provável de coliformes a 30°C e a 45°C. Os resultados obtidos mostraram baixos níveis de contaminação das amostras de leite por mesófilos (7,5x101 - 8,7x103 UFC/ml – Curraleiro Pé-Duro/1,8x102 - 8,6x102 UFC/ml- Pantaneiro), psicrotróficos (2 - 1,4x102 UFC/ml / 2,6x101 - 1,4x102 UFC/ml), Staphylococcus coagulase positiva (4 - 5,2x102 UFC/ml/ 1,1x102 - 7,6 x102 UFC/ml), coliformes a 30°C( 2,0 - 40,2 NMP/ml / 0,6 - 21,9 NMP/ml) e coliformes a 45°C (0,9-14,8 NMP/ml / 0,4- 20,3 NMP/ml). Estes resultados demonstram as potencialidades que os rebanhos bovinos das raças Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro apresentam quanto a qualidade microbiológica do leite, adequação do produto às legislações sanitárias bem como a viabilidade tecnológica desta matriz alimentar na produção de derivados lácteos.
Referências
Apha - American Public Health Association. Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods. (4a ed.), Washington, 2001.676p.
Ataíde, W. S., Maciel, J. F., Lima, P. L. A., Lima, A. R. C., Silva, V. G., & Silva, J. (2008). Avaliação microbiológica e físico-química durante o processamento do leite pasteurizado. Revista do Instituto Adolfo Lutz, 67(1):73-77.
Barreto, N. S. E., Santos, G. C. F., Crepaldi, A. L., & Santos, R. A. R. (2012). Qualidade microbiológica e suscetibilidade antimicrobiana do leite in natura comercializado em Cruz das Almas, Bahia. Semina: Ciências Agrárias, 33, (6):2315-26. DOI: 10.5433/1679-0359.2012v33n6p2315.
Bianchini, E., McManus, C., Lucci, C. M., Fernandes, M. C. B., Prescott, E., Mariante, A. S. & Egito, A. A. (2006). Características corporais associadas com a adaptação ao calor em bovinos naturalizados brasileiros. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 41(9), 1443-48.
Bondan, C., Folchini, J. A., Noro, M., Quadros, D. L., Machado, K. M. & González, F. H. D. (2018). Milk composition of Holstein cows: a retrospective study. Ciência Rural, 48(12), e20180123. https://doi.org/10.1590/0103-8478cr20180123
Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Departamento de Inspeção de Produtos de origem Animal. Métodos Analíticos Oficiais para Análises Microbiológicas para Controle de Produtos de Origem Animal e Água. Instrução Normativa nº 62, de 26 de agosto de 2003. Diário Oficial da União. Set. 2003
Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa Nº 76, de 2018. Dispõe sobre os Regulamentos Técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A, na forma desta Instrução Normativa e do Anexo Único. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30.11.2018.
Carmo, A. S., Kolling, G. J., Egito, A. A., Mariante, A. S., Albuquerque, M. S. M., Garcia, J. F., & Silva, M. V. G. B. (2015). Divergência genômica entre as raças bovinas brasileiras localmente adaptadas. XXV Congresso Brasileiro de Zootecnia Zootec; 2015; Fortaleza, Brasil. Fortaleza: Zootec; 2015. 1-3.
Carvalho, G. M. C., Fé da Silva, L.R., Almeida, M.J.O., Lima Neto, A.F. & Beffa, L.M. (2013). Avaliações fenotípicas da raça bovina Curraleiro Pé-Duro do Semiárido do Brasil. Archivos de Zootecnia, 62 (237), 9-20.
Chye, F. Y. Abdullah, A & Ayob, M.A. (2004). Bacteriological quality and safety of raw milk in Malaysia. Food Microbiology, 21(5), 535-41. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.fm.2003. 11.007
Félix, G. A., Piovezan, U., Juliano, R. S., Silva, M. C. & Fioravanti, M. C. S. (2013). Potencial de uso de raças bovinas locais brasileiras: Curraleiro Pé -Duro e Pantaneiro. Enciclopédia Biosfera, 9(16), 1715.
Fioravanti, M. C. S., Juliano, R. S., Costa, G. L., Abud, L. J., Cardoso, V. S., Carpio, M. G., & Costa, M. F. O. (2011). Conservación del bovino Curraleiro: cuantificación del censo y caracterización de los criadores. Animal Genetic Resources, 48: 109-116.
Fioravanti, M. C. S., Neiva, A. C. G. R., Moura, M. I., Oliveira e Costa, M. F., Monteiro, E. P., Monteiro, E. P. & Sereno, J. R. B. (2012). Kalungas e Curraleiro Pé-Duro: O resgate de uma tradição. Revista UFG, 13 (13), 100-112.
Georgescu, M., Savu, C., Neagu, J., & Georgescu, D. (2014). Coliform bacteria contamination profiling of raw milk cheeses using statistical assessment of type-linked correlations. AgroLife Science Journal, 3(2). 35-38.
Harmon, R. J., Eberhart, R. J., & Jasper, D. E. (1990). Microbiological procedures for diagnosis of bovine udder infection. Arlington: National Mastitis Council. 34p.
Heck, J. M., Valenberg, H. J. F., Dijkstra, J., & Hooijdonk, A. C. M.(2009). Seasonal variation in the Dutch bovine raw milk composition. Journal of Dairy Science, 92, 4745-4755. 2009. doi: 10.3168/jds.2009-2146.
Jayarao, B. M., & Henning, D. R. (2010). Prevalence of Foodborne Pathogens in Bulk Tank Milk. Journal of Dairy Science, 84(10), 2157-62.
Lambertz, C., Sanker, C., & Gauly, M. Climatic effects on milk production traits and somatic cell score in lactating Holstein-Friesian cows in different housing systems. Journal of Dairy Science, 97, 319-329. doi: 10.3168 / jds.2013-7217.
Marques Junior, H. R., Juliano, R. S., & Abdo, Y. (2012). Bovino Pantaneiro: retrospectiva histórica e fomento à raça. Unbral Fronteiras, 42, 71-86.
Martins, E. S., & Lima, C. M. F. (2013). Qualidade microbiológica de leite cru refrigerado obtido de propriedades rurais do município de Frutal-MG: comparação das ordenhas mecânica e manual. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial, 7(1), 955-64. doi: http://dx.doi.org/ 10.3895/S1981-36862013000100008
Mata, N. F., Toledo, O. S., & Pavia, P. C. (2012). A importância da pasteurização: comparação microbiológica entre leite cru e pasteurizado, do tipo B. (2012). Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, 384(67), 66-70.
Menezes, M. F. C., Simeoni, C. P., Etchepare, M. A., Huerta, K., Bortoluzzi, D. P., & Menezes, C. R. (2014). Microbiota e conservação do leite. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, 18(5), 76-89. doi: http://dx.doi.org/10.59 02/2236117013033
Nero, L. A., Viçosa, G. N., & Pereira, F. E. V. (2009). Qualidade microbiológica do leite determinada por características de produção. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 29(2), 386-90.
Pereira, A. S., et al (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria: UAB/NTE/UFSM. Recuperado de https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/358/2019/02/ Metodologia-da-Pesquisa-Cientifica_final.pdf
Pinto, C. L. O., Martins, M. L., & Vanetti, M. C. D. (2006). Qualidade microbiológica de leite cru refrigerado e isolamento de bactérias psicrotróficas proteolíticas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 26(3), 645-651.
Santos, G. C. F., Crepaldi, A. L., Silva, R. A. R., Cazetta, M. L., & Barreto, N. S. E. (2010). Identificação de Escherichia coli em leite in natura mantido refrigerado ou à temperatura ambiente obtido em estabelecimentos varejistas e informais. Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia; 2010; Cruz das Almas, Brasil. Anais/Resumos da Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia/BA.
Schalm, O. W., & Noorlander, B. S. (1957). Experiments and observations leadind to development of the California Mastitis Test. Journal of the American Veterinary Medical Association, 30(5), 199-204.
Schalm, O. W., Carroll, E. J., & Jain, N. C. (1971). Bovine mastitis. Philadelphia: Lea & Febiger, 1971.360p.
Soares e Barros, L. S., Oliveira, L. P., Cerqueira, M. G., Silva, V. C., & Oliveira, R. S. (2010). Análise microbiológica do leite cru consumido em cinco cidades do Recôncavo Baiano. Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia; 2010; Cruz das Almas, Brasil. Anais/Resumos da Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia/BA - ISSN 2178-3969: SBPC; 2010.
Souza, L. F., & Castro, M. L. L. (2015). Qualidade microbiológica do leite cru no município de Pontalina, GO. Revista Analytica, 58-64.
Yamazi, A. K., Moraes, P. M., Viçosa, G. N., Ortolani, M. B. T., & Nero, L. A. (2010). Práticas de produção aplicadas no controle de contaminação microbiana na produção de leite cru. Biosciene Journal, 26(4), 610-8.
Zingone, F., Bucci, C., Iovino, P., & Ciacci, C. (2017). Consumption of milk and dairy products: Facts and figures. Nutrition, 33(1), 322–325. doi:10.1016/j.nut.2016.07.019.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Marília Cristina Sola; Janaína Costa Feistel; Fernanda Antunha de Freitas Alves; Maria Clorinda Soares Fioravanti; Raquel Soares Juliano; Cíntia Silva Minafra e Rezende

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
