Tumor da Papila de Vater: Aspectos diagnósticos, terapêuticos e desafios no manejo clínico-cirúrgico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i10.49622Palavras-chave:
Tumor da Papila de Vater, Ampuloma, Endoscopia, Duodenopancreatectomia, Manejo Clínico-Cirúrgico.Resumo
Os tumores da papila de Vater, também chamados de ampulomas, representam uma neoplasia rara do trato digestivo, mas de grande importância clínica devido ao potencial de obstrução biliar e evolução maligna. O diagnóstico precoce ainda é um desafio, visto que os sintomas iniciais são inespecíficos. O presente artigo tem como objetivo revisar os principais aspectos diagnósticos, terapêuticos e os desafios no manejo clínico-cirúrgico dos tumores da papila de Vater, oferecendo uma visão atualizada que auxilie no aprimoramento da conduta médica e no desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes. Foi realizada uma busca narrativa da literatura nas bases PubMed, Scielo e Embase, considerando artigos publicados nos últimos 10 anos, além de trabalhos clássicos sobre o tema. Foram incluídas publicações em inglês, espanhol e português que abordaram diagnóstico, tratamento e prognóstico. O diagnóstico envolve uma combinação de exames de imagem e métodos endoscópicos, com destaque para a ecoendoscopia e a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). O tratamento padrão para casos ressecáveis é a duodenopancreatectomia (procedimento de Whipple), embora a ampulectomia endoscópica seja opção em tumores iniciais selecionados. A recidiva tumoral, as complicações cirúrgicas e a seleção adequada de pacientes ainda representam desafios. O papel das terapias adjuvantes permanece em investigação, especialmente no contexto de tumores avançados ou irressecáveis. O manejo dos tumores da papila de Vater exige abordagem multidisciplinar, aliando diagnóstico preciso e tratamento individualizado. Avanços em técnicas endoscópicas, cirúrgicas e terapias complementares oferecem perspectivas promissoras, mas ainda são necessários estudos de maior robustez para padronização das condutas.
Referências
Albores-Saavedra, J., Schwartz, A. M., Batich, K. & Henson, D. E. (2009). Cancers of the ampulla of Vater: demographics, morphology, and survival based on 5,625 cases from the SEER program. Journal of Surgical Oncology. 100(7), 598-605.
Artinyan, A., Ji, L. & Bergamini, R. et al. (2011). Adjuvant therapy in periampullary cancers: a review. Journal of Gastrointestinal Surgery. 15(6), 1104-13.
Cameron, J. L., Roland, P. S. & Russell, R. C. (2006). Clinical presentation and laboratory findings in ampullary tumors. Annals of Surgery. 243(2), 180-7.
Edge, S. B. & Compton, C. C. (2010). The American Joint Committee on Cancer: the 7th edition of the AJCC cancer staging manual and the future of TNM. Annals of Surgical Oncology. 17(6), 1471-4.
Howe, J. R., Klimstra, D. S. & Cordon-Cardo, C. et al. (1998). Adenomas of the ampulla of Vater: a clinicopathologic study including immunohistochemistry and K-ras mutation analysis. American Journal of Surgical Pathology. 22(5), 610-8.
Hori, T., Yamaguchi, K. & Kawamura, T. et al. (2016). Endoscopic ultrasound for staging ampullary tumors: clinical utility and limitations. Digestive Endoscopy. 28(1), 45-53.
Kahaleh, M., Sharma, V. K. & Levine, S. et al. (2015). Endoscopic management of ampullary lesions: indications and outcomes. Gastrointestinal Endoscopy. 82(4), 707-15.
Kim, J. H., Kim, Y. J. & Kim, M. J. et al. (2020). Anatomical variations of the pancreatic duct and their clinical relevance. Korean Journal of Radiology. 21(1), 10-24.
Kimura, W., Futakawa, N., Yamagata, S. et al. (1994). Different clinicopathologic findings in two histologic types of carcinoma of papilla of Vater. Japanese Journal of Cancer Research. 85(2), 161-6.
Kozarek, R. A., Carr-Locke, D., Ashok, R. et al. (2006). Endoscopic biliary stenting in malignant obstruction: clinical outcomes. Gastrointestinal Endoscopy. 63(5), 750-8.
Mao, C. Liu, Y., Li, X. et al. (2017). Molecular characterization and potential therapeutic targets of ampullary carcinoma. Oncotarget. 8(29), 48400-14.
Neoptolemos, J. P., Moore, M. J. & Cooper, M. et al. (2010). Adjuvant chemotherapy for ampullary carcinoma: current evidence and future directions. Annals of Surgery. 251(1), 56-65.
Paspatis, G. A., Dimitropoulos, S. I. & Doukas, P. et al. (2014). Endoscopic papillectomy for ampullary neoplasms: long-term outcomes and follow-up strategies. Endoscopy. 46(3), 227-34.
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book gratuito]. Santa Maria/RS. Ed. UAB/NTE/UFSM. 9).
Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática x revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem. 20(2): 5-6.
Schueneman, A. & Goggins, M. (2021). Ampullary carcinoma: update on diagnosis, classification, treatment, and outcomes. World Journal of Gastrointestinal Oncology. 13(3), 265-80.
Scarpa, A., Capelli, P. & Zamboni, G. et al. (1996). Neoplasia of the ampulla of Vater. Pathology, clinical features, and molecular genetics. Annals of Oncology. 7(2), 129-36.
Sonh, T. A., Kaufman, H. & Fleming, J. et al. (1998). Clinical features and outcomes of patients with ampullary carcinoma. Annals of Surgery. 227(3), 380-9.
Testini, M., Gurrado, A. & Lissidini, G. et al. (2014). Management of ampullary neoplasms: a review. World Journal of Gastroenterology. 20(45), 15345-52.
Westgaard, A., Tafjord, S. & Farstad, I. N. et al. (2008). Pancreatobiliary versus intestinal histologic type of differentiation is an independent prognostic factor in resected periampullary adenocarcinoma. BMC Cancer. 8, 170.
Winter, J. M., Cameron, J. L. & Campbell, K. A. et al. (2006). 1423 pancreaticoduodenectomies for pancreatic cancer: a single-institution experience. Journal of Gastrointestinal Surgery. 10(9), 1199-210.
Yeo, C. J., Coleman, J. & Dulan, R. et al. (1997). Pancreaticoduodenectomy for ampullary carcinoma: operative results and long-term survival. Annals of Surgery. 225(6), 555-67.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Maria de Lourdes Rodrigues Ribeiro Silva, Wallace Peyroton do Couto, Vaneza Corrêa de Souza, Paula Cristina Cardoso Eccard, Ana Gentilia Batista de Bortolli, Felipe Magalhães Castro, Norton Martins de Barros, Arthur Santos Marquezini, Sandra Regina de Sá, Tatiana Regina Amaral

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
