Desafios do ensino de Ciências para alunos surdos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.20757

Palavras-chave:

Ensino de Ciências, Surdos, Professor, Formação em Libras.

Resumo

Na promoção da educação para surdos, é importante pensar e organizar um ensino que lhe garanta participação plena, fazendo uso de sua língua dentro do recinto da sala de aula, e dos demais espaços escolares. Desta forma, abordar o ensino de Ciências a alunos com surdez se fez necessário, de modo a mostrar como o ensino vem sendo desenvolvido, bem como se a inclusão está atendendo às características linguísticas de aprender. O presente estudo teve como objetivo analisar os desafios do ensino de ciências para alunos surdos em duas escolas públicas pertencentes a rede estadual de ensino do Piauí, na modalidade do ensino médio. Por meio de uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, realizou-se um relato das experiências vivenciadas na disciplina de estágio supervisionado no primeiro ano do ensino médio, juntamente com uma revisão da literatura, de modo a se explanar sobre o tema e compreender tal relação. Neste sentido, utilizou-se os descritores inclusão, ensino, aprendizagem, formação pedagógica, estratégias, recursos visuais e gestuais. Os resultados inferem que, apesar da existência de leis que assegurem o direito ao ingresso à escola e à educação, estas não são as únicas garantias que tornam possível a qualidade do ensino aos estudantes surdos. Foi verificado ainda que se faz necessário rever a presença de professores despreparados para a ação da inclusão, escassez de alguns sinais em Libras que expressem as temáticas em ciências, bem como a promoção da formação continuada de professores em Libras, além da estruturação de escolas não bilíngues.

Biografia do Autor

  • Rosemary Meneses dos Santos, Universidade Federal do Delta do Parnaíba

    Possui Graduação em Pedagogia pela Universidade Castelo Branco-RJ, (2007) e Licenciatura em Ensino Religioso pelo Centro Ecumênico de Estudos Religiosos Superiores do Estado do Maranhão - (2007). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação. Especialização em Libras pela Faculdade de Ciências e Tecnologia de Teresina - FACET / CCTP, Educação Global, Inteligências Humanas e Construção da Cidadania-UNIFUTURO, Psicopedagogia Institucional e Clínica-ISEPRO, Educação Especial-FAESPI, Atuou na APAE / Parnaíba deste 1996 até janeiro de 2014, como professora de estimulação cognitiva, profissionalização para alunos e pais, Atendimento Educacional Especializado (AEE) e programa de profissionalização e atividades da Vida Diárias para alunos com deficiências Intelectual e múltiplas. Foi Professora do quadro provisório da UFPI- Parnaíba, professora de LIBRAS, UESPI / Parnaíba, atuando nos cursos de Pedagogia, na turma de Complemento de Pedagogia e enfermagem com as disciplinas de Educação Infantil, História Social da Criança, estágio supervisionado em gestão escolar, didática aplicada a enfermagem no curso de Enfermagem e Prática Pedagógica supervisionada em Educação Infantil. Tem experiência na SEDUC / Parnaíba atuando nas séries iniciais. E recentemente atuando nas Faculdades Brasileiras de Educação Religiosa - FABER / Parnaíba, com a disciplina Didática aplicada como Pessoas Portadoras de Deficiências, Faculdade Latino Americana de Educação-FLATED / Fortaleza-CE, com a disciplina Sociologia Geral e da Educação e Introdução a Educação, LIBRAS, nos Polos de Cocal -PI e Barroquinha- ​​CE, atuando no Núcleo de Conhecimento Brasileiro, ÀGORA, promovida pela Associação de Professores para o Desenvolvimento de Ensino ao Nível Superior Brasileiro APDENSB. Com a disciplina Organização e Estrutura da Educação Fundamental. Professora da Universidade Federal do Piauí-UFPI-Parnaíba. professora do município de Tutóia-Ma, no Ensino Fundamental, contratada para o Atendimento Educacional Especializado-AEE, pelo estado do Maranhão e Professora de Iniciação a pesquisa na escola Arco Íris no Ensino Fundamental das séries finais em Parnaíba.

  • Raí Emanuel da Silva, Universidade Federal do Piauí

    Biomédico pela Universidade Federal do Piauí - UFPI, Especialista em Docência do Ensino Superior, Pós-graduando em Microbiologia Clínica e Mestre em Farmacologia pelo Núcleo de Pesquisas em Plantas Medicinais (Centro de Ciências da Saúde - CCS/UFPI). Possui experiências no desenvolvimento de pesquisas com moléculas de origem natural, com foco na investigação do seu potencial antimicrobiano. Domínio nas áreas de Farmacologia e Microbiologia, com ênfase em Bacteriologia. Como Docente, já atuou no ensino Profissionalizante, Técnico, Superior e Pós-graduação (Especialização Lato Sensu). Vasto conhecimento na elaboração e desenvolvimento de estudos acadêmicos. Experiência na área de Educação e Promoção da Saúde, explicitamente na Conscientização do Controle e Prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde e Promoção do Conhecimento em Microbiologia para a Educação Escolar.

Referências

Albres, N. D. A., & Neves, S. L. G. (2013). Libras em estudo: política educacional. FENEIS, 170.

Alves, R. D. (2019). Interações da criança pequena na educação inclusiva: contribuições para a educação de surdos.

Araújo, A. S., de Carvalho Menezes, A. M., & Araújo, A. C. S. (2017). A Educação de Surdos: Formação de Professores na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Id on line Revista de Psicologia, 11(38), 199-211.

Câmara, J. T. A. (2020). Escolarização de alunos surdos no cotidiano escolar. Revista Caparaó, 2(1), e17-e17.

Carmozine, M. M., & Noronha, S. C. (2012). Surdez e Libras: conhecimento em suas mãos. Hub Editoriak.

Cervo, A. L., Bervian, P. A., & Silva, R. (2007). Fases da pesquisa. O conhecimento científico. Bervian, PA & Silva, R. Metodologia Científica, 6, 73-89.

Cicilino, J. E. M., Giroto, C. R. M., & De Vitta, F. C. F. (2018). Formação de professores para a educação bilíngue de surdos na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. Revista on line de Política e Gestão Educacional, 22(2), 794-809.

Da Silva, L. F. (2015). A linguagem como sinal diacrítico entre os ciganos na cidade alta. Revista Historiar, 7(12).

De Lacerda, C. B. F., dos Santos, L. F., & Caetano, J. F. (2011). Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos. Coleção UAB− UFSCar, 101.

De Quadros, R. M. (2018). A Língua Brasileira de Sinais (Libras): uma língua (Tese de Doutorado). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

De Souza, C. T. R., Barbosa, M. O., & Briega, D. A. M. (2019). Pesquisas em Educação Especial: Fios e Desafios. Appris Editora e Livraria Eireli-ME.

Dorziat, A. (2004). Educação de surdos no ensino regular: inclusão ou segregação? Revista Educação Especial, 77-85.

Dos Santos Lima, M. A., & Fernandes, S. (2021). Identidades, Culturas E Diferenças: Desafios E Perspectivas Da Inclusão De Estudantes Surdos No Ensino Superior. Brazilian Journal of Development, 7(3), 28121-28137.

Dos Santos, R. M., da Silva França, V. C., Rodrigues, M. D. D. C. S., da Silva, R. V. S., & de Morais Barros, R. (2021). No ensino médio? Construindo relatos e experiências no contexto do atendimento educacional especializado. Brazilian Journal of Development, 7(6), 62295-62305.

Dos Santos, R. M., de Assis, A. C. S., & Baluz, R. A. R. S. (2021). Abordagens para uso da gamificação como metodologia ativa em ambientes virtuais de aprendizagem no ensino superior à distância. Research, Society and Development, 10(5), e4010514650-e4010514650.

Estrela, C. (2018). Metodologia científica: ciência, ensino, pesquisa. Artes Médicas.

Fernandes, S. (2011). Educação de surdos. Editora Ibepex,

Ferreira da Silveira, R. (2015). Desafios Das Crianças Surdas No Convívio Familiar, Escolar E Social. Encontro Internacional de Formação de Professores e Fórum Permanente de Inovação Educacional, 8(1).

Glat, R., Pletsch, M. D., & de Souza Fontes, R. (2009). Panorama da educação inclusiva no município do Rio de Janeiro. Educação & Realidade, 34(1), 123-136.

Gomes, E. A., & da Silva, W. S. (2018). Disposição espacial do intérprete e tradutor de Libras-Língua Portuguesa educacional no ensino superior sob a perspectiva do estudante surdo. Revista de Ciências Humanas, (2).

Honora, M., & Frizanco, M. L. E. (2007). Ciranda da Inclusão; Esclarecendo as Deficiências. Ciranda Cultural.

Kotaki, C. S., & Lacerda, C. B. F. D. (2011). O intérprete de língua brasileira de sinais no contexto da escola inclusiva: focalizando sua atuação na segunda etapa do ensino fundamental. Coleção UAB− UFSCar-Língua brasileira de sinais–Libras. São Carlos:[Sn].

Lacerda, C. B. F. D. (2014). Santos, Lara Ferreira dos, Caetano, Juliana Fonseca. Estratégias Metodológicas para o Ensino de Alunos Surdos. IN LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de. SANTOS, Lara Ferreira dos. (Orgs.). Tenho um aluno Surdo, e agora, 185-200.

Leite, T. (2016). Formação de professores para a inclusão. In Congresso Internacional Escola Inclusiva-Educar e formar para a vida independente. CERCICA.

Lodi, A. C. B. (2013). Educação bilíngue para surdos e inclusão segundo a Política Nacional de Educação Especial e o Decreto nº 5.626/05. Educação e Pesquisa, 39, 49-63.

Menezes, E. N. T. D. (2020). Recursos didáticos para o ensino de língua portuguesa para surdos. (Trabalho de Conclusão de Curso). Instituto Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil.

Menezes, A. H. N., Duarte, F. R., Carvalho, L. O. R., & Souza, T. E. S. (2019). Metodologia científica: teoria e aplicação na educação a distância. Universidade Federal do Vale do São Francisco, 83 p. Petrolina-PE.

Müller, J. I., Stürmer, I. E., Karnopp, L. B., & da Silva Thoma, A. (2013). Educação bilíngue para surdos: interlocução entre políticas linguísticas e educacionais. Nonada: Letras em Revista, 2(21), 1-15.

Oliveira, W. D. D., & Benite, A. M. C. (2015). Aulas de ciências para surdos: estudos sobre a produção do discurso de intérpretes de LIBRAS e professores de ciências. Ciência & Educação (Bauru), 21, 457-472.

Perlin, G., & Strobel, K. (2014). História cultural dos surdos: desafio contemporâneo. Educar em Revista, 17-31.

Pinheiro, R. C., & Rosa, M. (2016). Uma perspectiva etnomatemática para o processo de ensino e aprendizagem de alunos Surdos. Revista Paranaense de Educação Matemática, 5(9), 56-83.

Prodanov, Cleber Cristiano. Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico / Cleber Cristiano Prodanov, Ernani Cesar de Freitas. (2a ed.), FEEVALE, 2013.

Quadros, R. D. (2015). O “BI” em bilinguismo na educação de surdos. In: LODI, Ana Claudia Balieiro. et al. Letramento, bilinguismo e educação de surdos. (2a ed.), Editora Mediação, 187-200.

Queiroz, T. G. B., Silva, D. F., Macedo, K. G. D., & Benite, A. M. C. (2012). Estudo de planejamento e design de um módulo instrucional sobre o sistema respiratório: o ensino de ciências para surdos. Ciência & Educação (Bauru), 18, 913-930.

Rocha, L. R. M., Moretti, A. R., Costa, P. C. F., & Costa, F. G. (2015). Educação de surdos: relato de uma experiência inclusiva para o ensino de ciências e biologia. Revista Educação Especial, 28(52), 377-392.

Rocha, S. M. (2009). Antíteses, Díades, Dicotomias No Jogo Entre Memória E Apagamento Presentes Nas Narrativas Da História Da Educação De Surdos: um olhar para o (Doctoral dissertation, PUC-Rio).

Santiago, N. C. (2014). O ensino e a aprendizagem das ciências dos alunos com surdez.

Schinato, L. C. S., & Strieder, D. M. (2020). Educação Inclusiva no Campo da Pesquisa no Ensino de Ciências. HIPÁTIA-Revista Brasileira de História, Educação e Matemática, 5(1), 168-185.

Silva, J. M. D., & Souza, N. B. D. S. (2015). A importância do bilinguismo no contexto escolar dos alunos surdos.

Skliar, C. (2005). Apresentação: um olhar sobre o nosso olhar acerca da surdez e das diferenças. A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação.

Strobel, K. (2009). História da educação de surdos. UFSC.

Victorino, T. A. (2018). Ela não olha pra gente: o cotidiano escolar de jovens surdos no ensino médio. Dissertação de Mestrado. UFMG.

Yin, R. K. (2016). Pesquisa qualitativa do início ao fim. Penso Editora.

Downloads

Publicado

2021-10-03

Edição

Seção

Ciências Educacionais

Como Citar

Desafios do ensino de Ciências para alunos surdos. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 13, p. e39101320757, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i13.20757. Disponível em: https://www.rsdjournal.org/rsd/article/view/20757. Acesso em: 5 dez. 2025.