Manifestações dermatológicas da doença enxerto versus hospedeiro em pacientes submetidos a transplante de medula óssea
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.30929Palavras-chave:
Transplante de medula óssea, Doença enxerto-hospedeiro, Manifestações cutâneas.Resumo
As complicações do transplante de células-tronco hematopoéticas se dão pela histocompatibilidade entre receptor e doador, sendo a mais grave delas a doença enxerto versus hospedeiro (do inglês graft-versus-host disease - GVHD) que pode se apresentar de forma aguda (GVHDa) ou crônica (GVHDc) com manifestações dermatológicas observadas em ambas. O objetivo deste estudo foi descrever as manifestações dermatológicas da GVHD em pacientes submetidos a transplante de células-tronco hematopoéticas. Trata-se de um estudo retrospectivo de caráter descritivo, cuja fonte de dados foram os prontuários dos pacientes que realizaram transplante de células-tronco hematopoéticas do tipo alogênico entre os anos 2015 e 2020 em um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia localizado na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Análises estatísticas simples descreveram as variáveis investigadas. Dos 89 pacientes que desenvolveram GVHD, a maior parte desenvolveu GVHDa, sendo 57 na forma clássica e 14 na forma tardia. O tempo médio entre o transplante e a GVHD foi de 84,19 dias, sendo de 38,03 dias para os casos agudos clássicos, de 235,42 dias para os agudos tardios e de 146,08 dias para os crônicos. Tanto na GVHDa quanto na GVHDc, as manifestações dermatológicas mais frequentes foram eritema, mácula, prurido e descamação e as regiões anatômicas de maior ocorrência foram tórax, face e membros superiores. A oportuna identificação das manifestações dermatológicas da GVHD em pacientes submetidos a transplante de células-tronco hematopoéticas depende de anamnese detalhada e minucioso exame físico.
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