Dor torácica não cardíaca: O papel da costocondrite no diagnóstico diferencial
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i3.48538Palavras-chave:
Dor Torácia, Doenças da Cartilagem, Diagnóstico Diferencial.Resumo
Introdução: A dor torácica não cardíaca (DTNC) é uma queixa comum na prática clínica, frequentemente resultando em consultas emergenciais. Embora a investigação inicial vise excluir causas cardíacas, a costocondrite representa uma importante etiologia músculo-esquelética, frequentemente subdiagnosticada, cujo reconhecimento é essencial para evitar exames invasivos desnecessários e proporcionar tratamento adequado. Objetivo: O presente estudo tem o objetivo de explorar a contribuição da costocondrite no diagnóstico diferencial da DTNC, enfatizando sua fisiopatologia, critérios diagnósticos e manejo clínico. Metodologia: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura em bases de dados indexadas como PubMed MEDLINE, SCIELO, Ebscohost, Google Scholar e a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), utilizando os descritores "Dor torácica não cardíaca", "Costocondrite" e "Diagnóstico diferencial". Foram selecionados artigos publicados entre 2009 e 2024, priorizando estudos clínicos, revisões sistemáticas e diretrizes internacionais, com dados analisados criticamente, focando a apresentação clínica, diagnóstico e estratégias terapêuticas. Resultados e Discussão: A revisão demonstrou que a costocondrite é responsável por até 30% dos casos de DTNC, sendo o diagnóstico eminentemente clínico, baseado na dor localizada à palpação das articulações esternocostais, sem sinais inflamatórios sistêmicos. O tratamento inclui analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e medidas físicas, com evidências emergentes sobre o uso de técnicas de fisioterapia para alívio sintomático. Conclusão: Conclui-se que a costocondrite é uma causa relevante de DTNC e deve ser considerada no diagnóstico diferencial, especialmente após a exclusão de causas cardiovasculares.
Referências
Alexander, R. (2022). Acupuncture appears to be a rapidly effective treatment for costochondritis. Acupuncture in Medicine, 40(1), 99-100.
Barbosa, A. C., Silva, A. S., Cordeiro, A. A., Ribeiro, B. N., Pedra, F. R., Borges, I. N., ... & Serufo, J. C. (2010). Diagnóstico diferencial da dor torácica: ênfase em causas não coronarianas. Rev Med Minas Gerais, 20(2), 24-9.
Barros, A. L., Carvalho, G. P., Amorim, M. E. M., Evangelista, M. L. B., Gomes, M. F. B., dos Santos, W. C. A., ... & Silva, C. F. (2024). Abordagem ao paciente com dor torácica na emergência. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(8), 4086-4099.
Bolandrini, A., Totti, V., Segat, M., Zaninetti, M., Fascia, M., Segat, A., ... & Galeoto, G. (2024). Costochondritis syndrome and thoracic-chest related pain: a scoping review. medRxiv, 2024-02.
Castro, L. F. D. S. O., Pitanga, L. S., Miranda, C. M., Berbem, B. Q. C., da Costa, M. J. R., Zoccoli, T. B. V., ... & de Sousa, R. M. A. (2024). Abordagem avançada na gestão da dor torácica aguda: avaliação e direcionamento de condutas no setor de emergência. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 24(6), e16728-e16728.
Gava, F. D., Sant’Anna, G. S., Lopes, R. N., de Oliveira, K. O. P., Souza, B. T., Brandão, K. F., ... & Araújo, G. R. C. (2023). Abordagem do diagnóstico diferencial de dor torácica na emergência. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 5(5), 6133-6142.
Ghandi, Y., Habibi, D., & Mohajer, O. (2021). Assessment of correlation between costochondritis and vitamin d insufficiency in school-age children. Journal of Comprehensive Pediatrics, 12(3).
Fabián González, D. J., Sánchez Cortázar, J., & Gómez Pérez, M. D. G. (2022). Síndrome de Tietze. Acta médica Grupo Ángeles, 20(2), 199-200.
Guevara, P. P. P. L., Vadillo Santos, A., Avila Perfino, M. D., & Gómez Pérez, M. D. G. (2024). Síndrome de Tietze como una entidad rara y benigna de dolor torácico. Acta médica Grupo Ángeles, 22(1), 62-64.
Lazaro, A., & Ahmed, M. S. (2017). Costochondritis. Musculoskeletal Sports and Spine Disorders: A Comprehensive Guide, 171-173.
Lin, K., & Tung, C. (2017). Integrating acupuncture for the management of costochondritis in adolescents. Medical Acupuncture, 29(5), 327-330.
Mott, T., Jones, G., & Roman, K. (2021). Costochondritis: rapid evidence review. American Family Physician, 104(1), 73-78.
Proulx, A. M., & Zryd, T. W. (2009). Costochondritis: diagnosis and treatment. American Family Physician, 80(6), 617-620.
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Santa Maria/RS. Ed. UAB/NTE/UFSM.
Rees, C. J., Cantor, R. M., Pollack Jr, C. V., & Riese, V. G. (2019). Costochondritis. Differential Diagnosis of Cardiopulmonary Disease: A Handbook, 311-317.
Samimi, K. (2021). An overview of costochondral disorders (Master’s thesis). Boston University School of Medicine.
Schumann, J. A., Sood, T., & Parente, J. J. (2024). Costochondritis. In StatPearls [Internet]. StatPearls Publishing.
Segalla, A. V. Z., Santos, B. P., Reis, D. D., & Meneguin, S. (2023). Fatores determinantes de prioridade de atendimento na classificação de risco a pacientes com dor torácica. Revista Gaúcha de Enfermagem, 44, e20220100.
Soetartio, I. M., Susanto, A. D., Soehardiman, D., & Antariksa, B. (2021). Chest wall syndrome. Respiratory Science, 2(1), 55-63.
Souza, M. T. D., Silva, M. D. D., & Carvalho, R. D. (2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo), 8, 102-106.
Wani, M. A., Shah, N. N., Khursheed, S. Q., Dar, K. A., & Bashir, A. (2016). Tuberculosis presenting as costochondritis: a rare case report and brief review of literature. British Journal of Medical Practitioners, 9(2), 26-29.
Yoshiyama, N., Tsuneyoshi, S., Nishi, J. I., & Ishii, H. (2021). Infective costochondritis and multiple abscesses in a healthy adult. BMJ Case Reports, 14(1), e240948.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 André Gerra Passos; Amanda Cristina da Costa Lopes; Gabriel Gurgel Lago; Jorge Antônio de Moura Leite; Ana Luiza Zampar Quintana Gomes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
