Dieta habitual e dislipidemia entre trabalhadores atendidos em um ambulatório de nutrição no Estado da Bahia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i7.49208Palavras-chave:
Dieta, Trabalhador, Dislipidemia.Resumo
Este estudo objetiva avaliar o padrão alimentar de trabalhadores, por meio de escores, considerando a frequência do consumo de alimentos de risco e alimentos protetores para dislipidemia e relacionar com os níveis do colesterol total e de triglicérides. Trata-se de um estudo transversal realizado com trabalhadores atendidos no Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador - CESAT, localizado no Estado da Bahia. Os trabalhadores realizaram avaliação antropométrica, bem como foram coletadas informações sobre o que eles costumam ingerir diariamente nas refeições, cujas respostas foram anotadas no prontuário, para posterior classificação. Para verificar a distribuição dos níveis médios de colesterol total e de triglicérides, de acordo com o consumo dos alimentos, foram formados dois grupos de alimentos considerados de risco e de baixo risco para dislipidemia. A partir dos grupos foram construídos os Escores I (escore1 = Grupo 1/5) e o II (escore2 = Grupo 2/8) que posteriormente foram agrupados em tercis. A análise dos dados foi realizada por meio da ANOVA, do coeficiente de correlação de Spearman e modelos de regressão linear múltipla. Os resultados mostraram um aumento nos níveis de colesterol e triglicérides proporcional ao consumo de alimentos de risco e uma redução nesses níveis somente a partir do consumo de três alimentos protetores. Conclui-se a necessidade de um programa de educação alimentar, que reconheça a complexidade das escolhas alimentares e considere, a escolaridade, o acesso aos alimentos, as condições de moradia e trabalho, além da dimensão comportamental do indivíduo para a adoção de práticas alimentares saudáveis.
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