Amaurose como evento adverso após aplicação de ácido hialurônico: Uma revisão narrativa da literatura

Resumo

As injeções de ácido hialurônico têm se tornado cada vez mais populares em procedimentos estéticos minimamente invasivos, especialmente na harmonização orofacial, devido à sua capacidade de rejuvenescer características faciais e restaurar o volume em áreas como sulcos nasolabiais, lábios e região abaixo dos olhos. O objetivo dessa revisão narrativa da literatura é avaliar a amaurose enquanto evento adverso da aplicação de AH na região facial. A principal causa da amaurose induzida pelo ácido hialurônico é a embolização arterial, que ocorre quando o preenchedor é injetado em vasos faciais, bloqueando a artéria oftálmica e restringindo o fluxo sanguíneo para a retina, podendo levar à perda visual irreversível. O mecanismo primário por trás dessa complicação é a embolização do material preenchedor, que viaja pelo sistema circulatório e obstrui artérias críticas que fornecem sangue ao olho. As áreas de maior risco para esse tipo de complicação incluem a glabela, as regiões perioculares e o nariz, onde as anastomoses entre as artérias faciais e oftálmicas são mais prevalentes. Diversos fatores de risco contribuem para o surgimento da amaurose, como técnica de injeção inadequada, uso de pressão excessiva e injeção em zonas anatômicas inseguras. Para prevenir tais complicações, os profissionais devem ter um conhecimento profundo da anatomia facial, empregar técnicas de injeção seguras e utilizar dispositivos apropriados, como cânulas em vez de agulhas, para minimizar o risco de lesões vasculares. Além disso, a aplicação de vasoconstritores locais, como a epinefrina, e a aspiração antes da injeção são medidas de segurança adicionais.