O impacto da automedicação com antifúngicos na candidíase vulvovaginal: Uma revisão integrativa da literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v14i10.49667

Palavras-chave:

Antifúngicos, Automedicação, Candidíase Vulvovaginal, Saúde da Mulher, Farmacorresistência Fúngica.

Resumo

A Candidíase Vulvovaginal (CVV) é uma infecção comum entre mulheres em idade reprodutiva e, muitas vezes, tratada por conta própria com antifúngicos adquiridos sem prescrição médica. Essa prática, embora facilite o acesso ao tratamento, pode trazer consequências importantes para a saúde, como diagnósticos equivocados, uso inadequado de medicamentos e aumento da resistência dos fungos. Esta revisão integrativa teve como objetivo reunir evidências científicas sobre os variados impactos da automedicação com antifúngicos no contexto da CVV. Foram analisados um total de oito estudos, publicados entre 2000 e 2025, selecionados nas bases BVS, PubMed e EuropePMC. Os achados revelam uma prevalência elevada da infecção, especialmente em casos recorrentes, e destacam o uso frequente de medicamentos sem orientação profissional. Além disso, observou-se maior resistência de espécies não-albicans aos antifúngicos mais utilizados. Estratégias como a orientação profissional, o uso de testes de pH vaginal e o fortalecimento de ações educativas podem contribuir para um cuidado mais seguro e eficaz. Diante disso, reforça-se a importância de políticas públicas que estimulem o uso racional desses medicamentos e ampliem o acesso a informações e ferramentas que apoiem o diagnóstico correto.

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Publicado

2025-10-20

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Artigos de Revisão

Como Citar

O impacto da automedicação com antifúngicos na candidíase vulvovaginal: Uma revisão integrativa da literatura. Research, Society and Development, [S. l.], v. 14, n. 10, p. e123141049667, 2025. DOI: 10.33448/rsd-v14i10.49667. Disponível em: https://www.rsdjournal.org/rsd/article/view/49667. Acesso em: 9 dez. 2025.