Barreiras e facilitadores na adesão ao tratamento do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.49807Palavras-chave:
HIV, Adesão ao tratamento, Enfermagem.Resumo
Este estudo teve como objetivo identificar as principais barreiras e facilitadores que impactam a adesão ao tratamento antirretroviral (TARV) por pessoas vivendo com HIV. A pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão narrativa da literatura, com busca nas bases de dados LILACS, SciELO, MEDLINE e Ministério da Saúde utilizando descritores padronizados e critérios de inclusão relacionados ao tema. Foram selecionados artigos publicados entre 2018 à 2024, totalizando 22 estudos analisados. Os resultados evidenciaram que as principais barreiras à adesão incluem o estigma e discriminação social, efeitos colaterais dos medicamentos, dificuldades de acesso aos serviços de saúde, baixa escolaridade, uso de substâncias psicoativas, e ausência de apoio familiar. Por outro lado, os facilitadores identificados foram o fortalecimento do vínculo com a equipe de saúde, acolhimento humanizado, suporte psicossocial, esquemas terapêuticos simplificados, além de políticas públicas que garantem acesso gratuito ao tratamento e exames. Conclui-se que a adesão ao tratamento de HIV é um processo complexo e multifatorial, que exige estratégias interdisciplinares, ações educativas e políticas públicas efetivas. O papel do profissional de enfermagem se destaca como essencial nesse processo, promovendo cuidado integral, escuta qualificada e educação em saúde. O enfrentamento das barreiras e a valorização dos facilitadores são fundamentais para garantir a continuidade do tratamento e a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV.
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