Divergência genética entre genótipos de bacabi preservados no banco de germoplasma da Embrapa Amazônia Oriental por inflorescência
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i10.49826Palavras-chave:
Oenocarpus, Ráquila, Variabilidade genética, Anova, Análises multivariadas.Resumo
O presente estudo teve como objetivo quantificar a divergência genética entre genótipos de bacabi com base nesses caracteres, contribuindo para o manejo sustentável e o melhoramento da espécie. A espécie é economicamente relevante, destacando-se pela produção de óleo similar ao azeite de oliva e pela polpa nutritiva utilizada em bebidas e produtos alimentícios. Apesar do potencial, sua comercialização ainda depende majoritariamente da exploração extrativista. Os dados foram obtidos de dez ráquilas de cada genótipo, totalizando 220 amostras. Foram avaliados 12 caracteres quantitativos, como comprimento da ráquela (CR), número de flores femininas (NFF) e masculinas (NFM), além de medidas relacionadas à estrutura floral. Os dados foram submetidos à análise univariada (ANOVA), seguida pelo teste de Scott & Knott (P≤ 0,05) para agrupamento das médias, e análises multivariadas envolvendo os métodos UPGMA e Tocher. Os resultados revelaram variabilidade significativa para a maioria dos caracteres, sendo o NFM (80,43%) e o NFF (16,89%) os maiores contribuintes para a divergência genética. O par mais divergente foi G4 e G18 (2,57), enquanto o menor foi G6 e G9 (0,54). Os genótipos formaram sete grupos divergentes pelo método de Tocher e dois grupos principais pelo UPGMA. O comprimento da ráquila foi o caráter mais divergente. Esses resultados evidenciam significativa variabilidade genética entre os genótipos de bacabi para os caracteres avaliados, sendo essencial para o planejamento de estratégias de conservação e melhoramento genético.
Referências
Barfod, A., Burholt, T., & Borchsenius, F. (2003). Contrasting pollination modes in three species of Licuala (Arecaceae: Coryphoideae). Telopea, 10(1), 207–223. https://doi.org/10.7751/telopea20035616
Best, I., et al. (2021). Phenology of Oenocarpus mapora H. Karst in low-terrace and high-terrace forests of the Madre de Dios region, Peru. Forests, 12(10), 1424. https://doi.org/10.3390/f12101424
Caruso, C. M., Eisen, K. E., Martin, R. A., & Sletvold, N. (2019). A meta-analysis of the agents of selection on floral traits. Evolution, 73(1), 4–14. https://doi.org/10.1111/evo.13639
Corella, D. L. B. (2022). Pré-melhoramento da palmeira macaúba: Caracterização fenotípica e diversidade genética de acessos conservados em banco de germoplasma [Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo].
Costa Neto, P. L. O. & Bekman, O. R. (2009). Análise estatística da decisão. Editora Edgard Blucher.
Cruz, C. D., Regazzi, A. J., & Carneiro, P. C. S. (2004). Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa, MG: Editora UFV.
Cruz, C. D., Regazzi, A. J., & Carneiro, P. C. S. (2012). Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético (Vol. 1, 514 p.). Viçosa, MG: Editora UFV.
Farias Neto, J. T. de, Clement, C. R., & Resende, M. D. V. de. (2013). Estimativas de parâmetros genéticos e ganho de seleção para produção de frutos em progênies de polinização aberta de pupunheira no Estado do Pará, Brasil. Bragantia, 72(2), 122–126. https://doi.org/10.1590/S0006-87052013000200002
Finco, F. D. B., Kammerer, D. R., Carle, R., & Tseng, W.-H. (2012). Antioxidant activity and characterization of phenolic compounds from bacaba (Oenocarpus bacaba Mart.) fruit by HPLC-DAD-MSn. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 60(9), 2311–2317. https://doi.org/10.1021/jf2045568
Henderson, A. (2024). Pollination systems of palms (Arecaceae). Journal of Pollination Ecology, 36(13), 144–248. https://doi.org/10.26786/1920-7603(2024)782
Ivani, S. de A. (2010). Caracteres quantitativos de interesse para a determinação da variação genética em populações de Oenocarpus bacaba Mart. (Arecaceae) no Amapá [Dissertação de mestrado, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias].
Khatiwada, D., Palmén, C., & Silveira, S. (2021). Evaluating the sustainability of palm oil demand in Indonesia. Bioscience, 50, Article 102181. https://doi.org/10.1016/j.bioscience.2021.102181
Lahlou, A., Chileh-Chelh, T., Lyashenko, S., & Rincón, F. (2022). Phenolic compounds and in vitro antitumor activity of palm fruits. Food Research International, 98(3), 121–130. https://doi.org/10.1016/j.fbio.2022.102181
Lessa, L. S., Silva, R. A., & Ferreira, J. L. (2019). Divergência genética entre acessos de Euterpe oleracea com base em caracteres morfoagronômicos. Scientia Agropecuaria, 10(1), 29–35. Loiola, C. M., Aragão, W. M., & Passos, E. E. M. (2006). Relação entre a produção de frutos e o número de flores femininas em cultivares de coqueiro (Comunicado Técnico, 58). Embrapa Tabuleiros Costeiros. Lorenzi, H. (2020). Oenocarpus in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Maciel, A. R. N. A., et al. (2022). Diversidade genética em bacabeiras (Oenocarpus bacaba Mart. e Oenocarpus distichus Mart.) de diferentes procedências do Estado do Pará com base em caracteres morfoagronômicos.
Mendes, G. G. C., Gusmão, M. T. A. de, Martins, T. G. V., Rosado, R. D. S., Sobrinho, R. S. A., Nunes, A. C. P., Ribeiro, W. S., & Zanuncio, J. C. (2019). Genetic divergence of native palms of Oenocarpus distichus considering biometric fruit variables. Scientific Reports, 9, Article 4943. https://doi.org/10.1038/s41598-019-41507-4
Meyer, C., et al. (2024). Biometric variability of inflorescence and flower traits among ex situ accessions of the neotropical oilseed palm Acrocomia Mart. Ecology and Evolution, 14(7), e70053. https://doi.org/10.1002/ece3.70053
Moura, E. F., et al. (2015). Genetic diversity and structure of Oenocarpus mapora germplasm conserved at eastern Amazon. Revista Brasileira de Fruticultura, 37(4), 984–992. https://doi.org/10.1590/0100-2945-214/14
Muñoz, A. M. (2022). Comparison of four oil extraction methods for Sinami fruit (Oenocarpus mapora H. Karsten): Evaluating quality, polyphenol content, and antioxidant activity. Food Chemistry, 11, Article 1518. https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2022.1518
Oliveira, M. do S. P., Ferreira, D. F., & Santos, J. B. D. (2006). Seleção de descritores para caracterização de germoplasma de açaizeiro para produção de frutos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 41(7), 1133–1140.
Oliveira, M. S. P., Costa, F. R., & Nogueira, O. L. (2012). Divergência genética em genótipos de Astrocaryum vulgare com base em caracteres biométricos. Revista Brasileira de Fruticultura, 34(3), 870–877
Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria. Editora da UFSM.
Reflora. (2020). Arecaceae in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Silva, A. J. B., Sevalho, E. S., & Miranda, I. P. (2021). Potencial das palmeiras nativas da Amazônia brasileira para a bioeconomia: Análise em rede da produção científica e tecnológica. Ciência Florestal, 31(2), 1020–1046. https://doi.org/10.5902/1980509834567
Sousa, A. C. F. (2021). Hibridação natural e artificial em palmeiras bacabas (Oenocarpus spp.): Aspectos morfológicos, moleculares e implicações para o manejo e conservação genética [Tese de doutorado, Universidade Estadual do Maranhão]. Repositório UEMA.
Yokomizo, G. K. I., Farias Neto, J. T. de, Hongyu, K., Cruz Júnior, F. de O., & Oliveira, M. do S. P. de. (2021). Análise multivariada em características vegetativas e reprodutivas em progênies de açaizeiros. Embrapa Amazônia Oriental. https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1128388
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Isabela Lima Cordeiro Perdigão, Maria do Socorro Padilha de Oliveira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
