O papel dos ácidos nucleicos livres circulantes na Doença de Alzheimer
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.49915Palavras-chave:
Doença de Alzheimer, Neuroinflamação, Estresse oxidativo, DAMPs, Ácidos nucleicos livres circulantes.Resumo
O estudo tem como objetivo compreender a base multifatorial que pode contribuir para uma compreensão mais profunda dessa questão. A doença de Alzheimer é um distúrbio neurodegenerativo causado principalmente por fatores idiopáticos. No entanto, é amplamente aceito que fatores genéticos e a deposição de placas beta-amiloides, juntamente com a proteína tau, influenciam negativamente sua progressão. Evidências mais recentes sugerem ainda a plausibilidade de outros fatores menos discutidos até o momento, como os ácidos nucleicos livres circulantes. O estresse oxidativo causado por um processo neuroinflamatório é desencadeado pelo reconhecimento dessas substâncias em sua forma circulante, resultante de danos teciduais causados por radicais livres, que aparecem como padrões moleculares associados a danos (DAMPs). Esse processo ocorre por meio de um ciclo de retroalimentação positiva envolvendo a ativação do sistema imune inato, incluindo micróglias, astrócitos, proteínas da barreira hematoencefálica, citocinas, sistema complemento e receptores transmembrana. Na tentativa insuficiente de eliminar os DAMPs do sistema nervoso, essa resposta acaba induzindo e sustentando uma cascata imunológica crônica. Apesar da forte relação entre esses fatores e o desenvolvimento da doença de Alzheimer, o tema ainda é recente e pouco explorado clinicamente. Portanto, são necessários mais estudos teóricos e laboratoriais para fundamentar o arcabouço teórico discutido na literatura atual sobre o tema.
Referências
Acta Neuropathologica, (2013); 126(4): 461-477. DOI: 10.1007/s00401-013-1182-x.
Burgos, K. et al. (2020). Profiles of extracellular miRNA in cerebrospinal fluid and serum from patients with Alzheimer's and Parkinson's diseases correlate with disease status and features of pathology. PLoS One, 2014; 9(5): e94839. DOI: 10.1371/journal.pone.0094839.
Cai, Z.; Hussain, M. D.; & Yan, L. J. (2014). Microglia, neuroinflammation, and beta-amyloid protein in Alzheimer’s disease. International Journal of Neuroscience. Informa Healthcare, , 2014.
Cisternas-García, L. et al. (2023). Cell-free RNA signatures predict Alzheimer’s disease. iScience, 2023; 26(12): 108534. DOI: 10.1016/j.isci.2023.108534.
Derkow, K. et al. (2018). Distinct expression of the neurotoxic microRNA family let-7 in the cerebrospinal fluid of patients with Alzheimer's disease. PLoS One, 2018; 13(7): e0200602. DOI: 10.1371/journal.pone.0200602.
Elkon, K. B. (2018). Review: Cell death, nucleic acids, and immunity: Inflammation beyond the grave. Arthritis & Rheumatology, 2018; 70(6): 805-816. DOI: 10.1002/art.40452.
Hanisch, U. K. (2002). Microglia as a source and target of cytokines. Glia, 2002; 40(2): 140-155. DOI: 10.1002/glia.10161.
Kenny, A. et al. (2019). Proteins and microRNAs are differentially expressed in tear fluid from patients with Alzheimer's disease. Scientific Reports, 2019; 9(1): 15437. DOI: 10.1038/s41598-019-51837-y.
Liu, C. G. et al. (2021). ABCA1-Labeled Exosomes in Serum Contain Higher MicroRNA-193b Levels in Alzheimer's Disease. Biomedical Research International, 2021; 2021: 5450397. DOI: 10.1155/2021/5450397.
Lin, Z. et al. (2021). Blood-brain barrier breakdown in relationship to Alzheimer and vascular disease. Annals of Neurology, 2021; 90(2): 227-238. DOI: 10.1002/ana.26134.
Li, H. et al. (2023). The role of signaling crosstalk of microglia in hippocampus on progression of ageing and Alzheimer's disease. Journal of Pharmaceutical Analysis, 2023; 13(7): 788-805. DOI: 10.1016/j.jpha.2023.05.008.
Li, Z. et al. (2024). Nuclear microRNA-mediated transcriptional control determines adult microglial homeostasis and brain function. Cell Reports, 2024; 43(3): 113964. DOI: 10.1016/j.celrep.2024.113964.
Lichtenstein, A. V.; Melkonyan, H. S.; Tomei, L. D.; & Umansky, S. R. (2001). Circulating nucleic acids and apoptosis. Annals of the New York Academy of Sciences, 2001; 945: 239-249. DOI: 10.1111/j.1749-6632.2001.tb03892.x.
Machado, A. P. R.; Carvalho, I. O.; Rocha & Sobrinho, H. M. da. (2020). Neuroinflamação na Doença de Alzheimer. Revista Brasileira Militar de Ciências, 2020; 6(14). DOI: 10.36414/rbmc.v6i14.33.
Mangalmurti, A.; & Lukens, J. R. (2022). How neurons die in Alzheimer's disease: implications for neuroinflammation. Current Opinion in Neurobiology, 2022; 75: 102575. DOI: 10.1016/j.conb.2022.102575.
Merlo, S.; Spampinato, S. F.; Caruso, G. I.; & Sortino, M. A. (2020). The ambiguous role of microglia in Aβ toxicity: chances for therapeutic intervention. Current Neuropharmacology, 2020; 18(5): 446-455. DOI: 10.2174/1570159X18666200131105418.
Murao, A. et al. (2021). Release mechanisms of major DAMPs. Apoptosis, 2021; 26(3-4): 152-162. DOI: 10.1007/s10495-021-01663-3.
Peña-Bautista, C. et al. (2019). Oxidative Damage of DNA as Early Marker of Alzheimer's Disease. International Journal of Molecular Sciences, 2019; 20(24): 6136. DOI: 10.3390/ijms20246136.
Prokop, S.; Miller, K. R.; & Heppner, F. L. (sd). Microglia actions in Alzheimer’s disease.
Roers, A.; Hiller, B.; & Hornung, V. (2016). Recognition of endogenous nucleic acids by the innate immune system. Immunity, 2016; 44(4): 739-754. DOI: 10.1016/j.immuni.2016.04.002.
Rossi, B.; Constantin, G.; & Zenaro, E. (2020). The emerging role of neutrophils in neurodegeneration. Immunobiology, 2020; 225(1): 151865. DOI: 10.1016/j.imbio.2019.10.014.
Sanders, O. D. (2023). Virus-like cytosolic and cell-free oxidatively damaged nucleic acids likely drive inflammation, synapse degeneration, and neuron death in Alzheimer's disease. Journal of Alzheimer's Disease Reports, 2023; 7(1): 1-19. DOI: 10.3233/ADR-220047.
Scheltens, P. et al. (2021). Alzheimer's disease. Lancet, 2021; 397(10284): 1577-1590. DOI: 10.1016/S0140-6736(20)32205-4.
Shah, A.; Kishore, U.; & Shastri, A. (2021). Complement system in Alzheimer's disease. International Journal of Molecular Sciences, 2021; 22(24): 13647. DOI: 10.3390/ijms222413647.
Tsuji, N.; & Agbor-Enoh, S. (2021). Cell-free DNA beyond a biomarker for rejection: Biological trigger of tissue injury and potential therapeutics. Journal of Heart and Lung Transplantation, 2021; 40(6): 405-413. DOI: 10.1016/j.healun.2021.03.007.
Van Den Berg, M. M. J. et al. (2020). Circulating microRNAs as potential biomarkers for psychiatric and neurodegenerative disorders. Progress in Neurobiology, 2020; 185: 101732. DOI: 10.1016/j.pneurobio.2019.101732.
Van Der Meer, A. J. et al. (2019). Systemic inflammation induces release of cell-free DNA from hematopoietic and parenchymal cells in mice and humans. Blood Advances, 2019; 3(5): 724-728. DOI: 10.1182/bloodadvances.2018018895.
Yang, J.; Wise, L.; & Fukuchi, K. I. (2020). TLR4 cross-talk with NLRP3 inflammasome and complement signaling pathways in Alzheimer's disease. Frontiers in Immunology, 2020; 11: 724. DOI: 10.3389/fimmu.2020.00724.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Lucas Locatelli Menegaz, David Cohen, Lucas Tiburski Sommer, Hadassa Lucena Sales Santos, Fernanda Cavinatto Pinto, Luiz Carlos Porcello Marrone, Maximiliano Isoppo Schaun, Cauan Tramontini Dias

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
