Espiritualidade como prevenção do suicídio em estudantes de Medicina
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.49971Palavras-chave:
Espiritualidade, Medicina, Suicídio, Ensino em saúde.Resumo
Introdução: O suicídio é um grave problema de saúde pública e a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil. Estudantes de medicina apresentam risco duas vezes maior de ideação suicida que a população geral, devido à sobrecarga acadêmica, pressão social, privação de sono e maior incidência de transtornos mentais. Nesse cenário, a espiritualidade surge como possível fator protetor. Objetivo: Investigar a espiritualidade entre estudantes de medicina como fator de proteção contra o suicídio. Método: Revisão de literatura observacional e descritiva, com base em artigos científicos, revisões sistemáticas e meta-análises das bases PubMed e CAPES, que abordaram a relação entre espiritualidade e prevenção do suicídio em estudantes de medicina. Resultados: Observou-se alta prevalência de sofrimento psíquico entre acadêmicos, com ideação suicida em cerca de 27,7% e plano suicida em até 12,5%. Fatores de risco incluem morar sozinho (OR = 2,01), baixo nível socioeconômico (OR = 2,43) e histórico de transtornos mentais (OR = 3,12). Em contrapartida, a espiritualidade demonstrou efeito protetor, favorecendo resiliência, adaptação, suporte social e sentido de vida, além de estar associada a menor prevalência de depressão, ansiedade e comportamento suicida. Conclusão: Estudantes de medicina apresentam altos índices de sofrimento psíquico e risco de suicídio. A espiritualidade, quando vivenciada de forma positiva, pode atuar como fator de proteção, promovendo enfrentamento saudável e maior esperança, devendo ser considerada de forma integrada a estratégias institucionais e psicológicas de prevenção.
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