Antixenose para oviposição em variedades de feijão-comum a Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae) Middle East-Asia Minor 1 (MEAM1) e Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae)

Resumo

O Brasil, terceiro maior produtor mundial de feijão, enfrenta desafios expressivos no cultivo desta leguminosa, destinada principalmente ao consumo interno. A produção de feijão é frequentemente comprometida por insetos-praga, como a mosca-branca Bemisia tabaci MEAM1 (Gennadius) e a lagarta-militar Spodoptera frugiperda (J. E. Smith), que reduzem a produtividade e afetam diretamente a qualidade dos grãos. Estratégias alternativas de manejo, baseadas em práticas sustentáveis e no uso de variedades resistentes, têm sido apontadas como ferramentas promissoras para minimizar o uso de inseticidas químicos sintéticos e os impactos ambientais associados. Este estudo teve como objetivo identificar variedades de feijão que apresentem resistência da categoria antixenose, na qual as plantas são menos atrativas para alimentação ou oviposição de insetos. No primeiro experimento, avaliou-se a oviposição de B. tabaci em dois grupos de variedades. O Grupo A incluiu Dobalde, BRS Esplendor, IAC Esplendor, IAC Milênio e IAC Formoso, e o Grupo B foi constituído pelas variedades Dobalde, BRS Esplendor, IAC Una, IAC Alvorada e Cavalo BRPR. Observou-se que Dobalde e IAC Alvorada foram menos preferidas para oviposição de B. tabaci, enquanto IAC Una, IAC Milênio, BRS Esplendor e Cavalo BRPR receberam maior número de ovos. Em um segundo experimento, avaliou-se a oviposição de S. frugiperda em quatro variedades (Dobalde, IAC Milênio, Cavalo BRPR e IAC Una), mas nenhuma apresentou resistência. A densidade de tricomas não variou significativamente entre variedades. Os resultados indicam que a variedade Dobalde expressa resistência por antixenose a B. tabaci, enquanto nenhuma variedade de feijão demonstrou resistência a S. frugiperda.