Prevalência de pneumonia nosocomial em pacientes críticos em uso de omeprazol
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i12.49979Palavras-chave:
Inibidores de Bomba de Prótons, Omeprazol, Pneumonia Associada a Assistência à Saúde.Resumo
Os Inibidores de Bomba de Prótons (IBPs) são fármacos utilizados na profilaxia de úlceras de estresse, bem como, em outras situações clínicas que requerem redução na produção do ácido clorídrico estomacal. Contudo, evidências sugerem que os IBPs podem aumentar o risco de pneumonia devido as consequentes alterações da microbiota gastrointestinal e da resposta imunológica. Objetivo: analisar a associação entre o uso de omeprazol 40 mg injetável e a ocorrência de pneumonia. Metodologia: análise de 48 prontuários de pacientes submetidos ao tratamento com o Omeprazol 40 mg endovenoso, na Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital escola, nos anos de 2023 e 2024. Resultado: foram identificados 8 casos de pneumonia, predominantemente em homens com idade entre 51 e 60 anos, grupo no qual também ocorreram 4 óbitos. Conclusão: embora o omeprazol possa aumentar o risco de pneumonia ao reduzir a acidez gástrica e favorecer a colonização bacteriana, o estudo destaca que a pneumonia em UTIs é um evento multifatorial. Assim, conclui-se que o benefício do uso de omeprazol supera os riscos, especialmente quando aliado a boas práticas clínicas e monitoramento individualizado.
Referências
Albrich, W. C., Rassouli, F., Waldeck, F., Berger, C., & Baty, F. (2019). Influence of older age and other risk factors on pneumonia hospitalization in Switzerland in the pneumococcal vaccine era. Frontiers in Medicine, 6, 286.
Alshamsi, F., et al. (2016). Efficacy and safety of proton pump inhibitors for stress ulcer prophylaxis in critically ill patients: A systematic review and meta-analysis of randomized trials. Critical Care, 20, 120.
Ayhan, Y. E., & Turgut, N. (2025). Ensuring guideline adherence and cost savings in stress ulcer prophylaxis practices in the intensive care unit: a pre-post education study. Journal of Pharmacy & Pharmaceutical Sciences, 28, 14067.
Herardi, R., Syam, A. F., Fauzi, A., Rinaldi, I., Sandra, S., & Arvant, A. Z. (2025). Role of gastric acid suppression therapy in erosive esophagitis: From H2 receptor antagonists, proton pump inhibitors, to potassium-competitive acid blockers. Acta Medica Indonesiana - Indonesian Journal of Internal Medicine, 57(2), 284–292.
Jamulitrat, S., et al. (2004). Stress ulcer prophylaxis and risk of developing ventilator-associated pneumonia. Association for Professionals in Infection Control and Epidemiology.
Jager, C. P. C., et al. (2012). Proton pump inhibitor therapy predisposes to community-acquired Streptococcus pneumoniae pneumonia. Alimentary Pharmacology & Therapeutics, 36, 941–949.
Kasirye, Y., & Islam, T. (2010). Nosocomial pneumonia risk and stress ulcer prophylaxis. Clinical Pulmonary Medicine, 17, 103–105.
Lambert, A. A., Lam, J. O., Paik, J. J., Ugarte-Gil, C., Drummond, M. B., & Crowell, T. A. (2015). Risk of Community-Acquired Pneumonia with Outpatient Proton-Pump Inhibitor Therapy: A Systematic Review and Meta-Analysis. PLoS ONE, 10(6), e0128004.
Lanks, C. W., Musani, A. I., & Hsia, D. W. (2019). Community-acquired pneumonia and hospital-acquired pneumonia. Medical Clinics of North America.
Maret-Ouda, J., Panula, J., Santoni, G., Xie, S., & Lagergren, J. (2023). Proton pump inhibitor use and risk of pneumonia: A self-controlled case series study. Journal of Gastroenterology, 58, 734–740.
Mendes, J. J., et al. (2019). Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos guidelines for stress ulcer prophylaxis in the intensive care unit. Revista Brasileira de Terapia Intensiva.
Nguyen, P. A., et al. (2020). Meta-analysis of proton pump inhibitors induced risk of community-acquired pneumonia. International Journal for Quality in Health Care, 32(5), 292–299.
Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria. Editora da UFSM.
Prod’hom, G., et al. (1994). Nosocomial pneumonia in mechanically ventilated patients receiving antacid, ranitidine, or sucralfate as prophylaxis for stress ulcer. Annals of Internal Medicine, 120, 653–662.
Ramsay, E. N., Pratt, N. L., Ryan, P., & Roughead, E. E. (2013). Proton pump inhibitors and the risk of pneumonia: A comparison of cohort and self-controlled case series designs. BMC Medical Research Methodology, 13, 82.
Ratelle, M., Perreault, S., Villeneuve, J.-P., & Tremblay, L. (2014). Association between proton pump inhibitor use and spontaneous bacterial peritonitis in cirrhotic patients with ascites. Canadian Journal of Gastroenterology and Hepatology, 28(6), 330–334.
Reade, M. C., Yende, S., & Angus, D. C. (2011). Revisiting Mars and Venus: Understanding gender differences in critical illness. Critical Care, 15(4), 180.
Silva Júnior, J. C., & Friggi, J. R. (2024). Efeitos do uso crônico dos inibidores da bomba de prótons. Research, Society and Development, 13(4).
Song, T. J., & Kim, J. (2019). Risk of post-stroke pneumonia with proton pump inhibitors, H2 receptor antagonists and mucoprotective agents: A retrospective nationwide cohort study. PLoS ONE, 14(5), e0216750.
Van Vlerken, L. G., Huisman, E. J., van Hoek, B., Renooij, W., de Rooij, F. W. M., Siersema, P. D., & van Erpecum, K. J. (2012). Bacterial infections in cirrhosis: role of proton pump inhibitors and intestinal permeability. European Journal of Clinical Investigation, 42(7), 760–767.
Xie, Y., Yan, Y., Hong, Q., Zheng, H., Cao, L., Li, X., Liu, S., & Chen, H. (2025). Heterogeneous treatment effects of stress ulcer prophylaxis among ICU patients at risk for gastrointestinal bleeding. BMC Medicine, 23(1), 206.
Shitsuka, R. et al. (2014). Matemática fundamental para a tecnologia. (2ed). Editora Érica.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Nicoli Liber Baratieri, Clarissa Vasconcelos de Oliveira, Heloísa Gemelli Tansini da Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
