Impactos psicológicos no puerpério: Uma revisão integrativa sobre o sofrimento materno
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.50126Palavras-chave:
Maternidade, Puerpério, Impactos psicológicos, Tornar-se mãe.Resumo
Introdução: O estudo apresenta uma reflexão importante sobre os impactos psicológicos no puerpério, com olhar da psicanálise. A maternidade representa uma fase profunda de transformação na vida da mulher, que envolve não apenas mudanças físicas, mas também emocionais e identitárias. Objetivo(s): O objetivo do presente estudo é investigar os impactos psicológicos do puerpério, focando nos desafios emocionais, no vínculo mãe-bebê, na relação conjugal e na importância do acolhimento psicológico. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica qualitativa, com base na Psicanálise de Winnicott e Melanie Klein, que analisa o puerpério sob os eixos da depressão pós-parto, rede de apoio, vínculo materno e conjugalidade. Foram selecionados artigos de 2015 a 2025, nas bases Scielo, Pepsic e Google Acadêmico. Critérios de inclusão: estudos empíricos e revisões publicadas em periódicos científicos. A qualidade metodológica foi avaliada com a ferramenta JBI. Resultado: Foram incluídos 24 estudos na análise. Os achados evidenciam os processos vivenciados durante a maternidade, tanto em dimensões psicológicas quanto físicas, destacando fatores como depressão pós-parto e a qualidade da conjugalidade. A presença da rede de apoio mostrou- se um elemento relevante na vivência materna. De forma predominante, os estudos apontaram os impactos e as experiências do puerpério em múltiplos âmbitos da vida da mulher. Conclusão: O tornar-se mãe no puerpério é um processo profundo de transformação, no qual a mulher precisa reconstruir sua identidade diante dos novos desafios e responsabilidades. Essa passagem não é linear nem isenta de dificuldades; envolve lidar com emoções intensas, inseguranças e a necessidade de adaptação física e emocional.
Referências
Alves, A. B., Pereira, T. R. C., Aveiro, M. C. & Cockell, F. F. (2022). Funcionalidade na perspectiva das redes de apoio no puerpério. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife. 22(3), 675-81. http://dx.doi.org/10.1590/1806-9304202200030013.
Andrade, C. J., Baccelli, M. S. & Benincasa, M. (2017). O vínculo mãe-bebê no período de puerpério: uma análise Winnicottiana. VÍNCULO – Revista do NESME. 14(1), 45-60.
Benincasa, M., Avoglia, H. R. C., Going, L. C., Dias, C. M. & Andrade, C. J. (2025). Relação entre satisfação conjugal e autoestima na incidência de depressão pós-parto: um olhar para mães primíparas. Contribuciones a Las Ciencias Sociales. 18(7), 1-18. Doi: 10.55905/revconv.18n.7-058.
Campos, P. A & Féres-Carneiro, T. (2021). Sou mãe: e agora? Vivências do puerpério. Psicologia USP. 32, e200211, 1-9. http://dx.doi.org/10.1590/0103- 6564e200211.
Chaves, N. S. O. (2016). Conjugalidade e vivências afetivo-sexuais masculinas no ciclo gravídico-puerperal: uma abordagem fenomenológica. 136 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
Conceição, H. N. & Madeiro, A. P. (2025). Associação entre desrespeito e abuso durante o parto e o risco de depressão pós-parto: estudo transversal. Cadernos de Saúde Pública. 40(8), e00008024. https://doi.org/10.1590/0102-311XPT008024. ISSN 1678-4464. https://doi.org/10.1590/0102-311XPT008024.
De Felice, E. M. (2000). A psicodinâmica do puerpério. Editora Vetor.
Greinert, B. R. M. & Milani, R. G. (2015). Depressão pós-parto: uma compreensão psicossocial. Revista Psicologia: Teoria e Prática. 17(1), 26–36. http://dx.doi.org/10.15348/1980-6906/psicologia.v17n1p26-36.
Klein, M. (1986). Introdução à psicanálise: Melanie Klein. Tradução de Renata Simon. Editora EPU.
Laguna, G. G. C. et al. (2024). Impacto de fatores ocupacionais na depressão pós-parto: uma revisão sistemática. Jornal Brasileiro de Psiquiatria. 73(3), e20230094.
Lima, F. B. et al. (2016). Práticas de cuidado e promoção do vínculo mãe-bebê na Estratégia Saúde da Família. Diálogos Plurais. 3(4), 29–44. https://periodicos.ufrn.br/dialogosplurais/article/view/8942
Lima, S. E. S., Silva, C. B. O., Oliveira, L. C. & Maia, E. M. C. (2025). O tornar-se pai: representações da paternidade e do cuidado no puerpério. Interface - Comunicação, Saúde, Educação. 29(supl. 1), e240361. https://doi.org/10.1590/interface.240361.
Moreira, T. T. M. (2023). Puerpério e o vínculo materno: uma revisão bibliográfica narrativa. 2023. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia)
– Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Paranaíba.
Oliveira, C. L. A. et al. (2021). A conjugalidade no ciclo gravídico-puerperal: uma revisão integrativa da literatura. Revista de Enfermagem e Saúde. 7(2), 125–
37. https://periodicos.uesb.br.
Oliveira, K. M. F. (2023). A maternidade e o bebê imaginário. Analytica. 12(23), 1-20.
Oliveira, M. P. (2007). Melanie Klein e as fantasias inconscientes. Winnicott E-Prints, Série 2. 2(2), 81-98. http://www.sociedadewinnicott.com.br.
Prata, A. K. A. V. & Cintra, E. M. U. (2017). Apoio e acolhimento à mulher que se torna mãe: uma escuta psicanalítica. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental. 20(1), 34-50. http://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2017v20n1p34.3.
Pedrotti, B. G. & Frizzo, G. B. (2019). Influência da chegada do bebê na relação conjugal no contexto de depressão pós-parto: perspectiva materna. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental. 22(4), 725-748. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2019v22n4p725.5.
Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria. Editora da UFSM.
Pontes, B. F., Quiete, J. B., Oliveira, D. M., Goulart, M. C. L., Regazzi, I. C. R. & Knupp, V. M. A. O. (2021). Repercussões físicas e psicológicas na vida de mulheres que sofreram violência obstétrica. Revista Recien, São Paulo, v. 11, n. 35, p. 443-450. Doi: https://doi.org/10.24276/rrecien2021.11.35.443-450.
Ribeiro, K. C. A, Santos, M. D., Carreiro, M. A., Souza, A. S., Silva, J. S. L G. & Gonçalves, S. J. C. (2024). Puerpério: os desafios da chegada de um bebê.
Revista Psicologia UNESP. 15(Edição Especial), Art. 3869. Doi: https://doi.org/10.21727/rpu.v15iEspecial.3869.
Rocha, P. M. M. & Fuks, B. B. (2019). Vivências traumáticas no ciclo gravídico-puerperal. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental. 22(4), 725-48. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2019v22n4p725.5.
Romagnolo, A. N. (2018). Percepção de puérperas a respeito da influência do relacionamento conjugal no ciclo gravídico-puerperal. 126 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia da Saúde) – Universidade Metodista de São Paulo.
Saraiva, E. R. A. & Coutinho, M. P. L. (2008). O sofrimento psíquico no puerpério: um estudo psicossociológico. Revista Mal-estar e Subjetividade, Fortaleza. 8(2), 505-27.
Silva, B. A. A. & Braga, L. P. F. (2019). Fatores promotores do vínculo mãe-bebê no puerpério imediato hospitalar: uma revisão integrativa. Revista da SBPH. 22(1), 258–65.https://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v22n1/v22n1a14.pdf.
Silva, S. G. (2016). Do feto ao bebê: Winnicott e as primeiras relações materno-infantis. Psicologia Clínica. 28(2), 29–54. https://www.scielo.br/j/pc/a/v3BzsvdNYDJb9QFxHz3Gpqn/?lang=pt.
Snyder, H. (2019). Literature review as a research methodology: An overview and guidelines. Journal of Business Research. 104, 333-9. Doi: https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2019.07.039.
Souza, C. M.,Fernandes, T. S & Paula, T. R. (2022). Tornar-se mãe: aspectos biopsicossociais da maternidade. Revista Científica Novas Configurações: Diálogos Plurais, Luziânia. 3(4), 29-4.
Winnicott, D. W. (1979). A criança e seu mundo. (5.ed). Editora Zahar editores.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Milena Steffani Ramos Fontoura Ferreira, Vitória Santos Barbosa, Talita de Albuqueque Pinheiro Amorim
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
