Linfangiectasia intestinal em cão da raça Maltês: Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.50172Palavras-chave:
Ascite, Canino, Hipoalbuminemia, Linfangiectasia intestinal.Resumo
A linfangiectasia intestinal é uma afecção crônica caracterizada pela dilatação dos vasos linfáticos intestinais, levando à perda de proteínas para o lúmen intestinal. A condição pode causar diarreia crônica, emagrecimento, ascite e hipoalbuminemia, sendo mais comum em raças de pequeno porte, como Maltês e Yorkshire Terrier. Este trabalho objetivou relatar um caso clínico de um cão Maltês, macho, de 10 anos de idade, apresentando diarreia fétida, apatia, perda de peso progressiva, alopecia e efusões cavitárias. Os exames laboratoriais revelaram anemia, linfopenia e hipoalbuminemia severa. A ultrassonografia abdominal indicou enteropatia associada à ascite e obtendo-se o diagnóstico definitivo através da análise histopatológica de amostra coletada por endoscopia, que confirmou linfangiectasia associada à duodenite linfoplasmocitária. O tratamento incluiu dieta hipolipemiante, anti-inflamatório esteroidal, suplementação de vitaminas lipossolúveis e infusão de plasma em episódios de hipoalbuminemia crítica. O paciente também foi acompanhado por nutrólogo e gastroenterologista veterinários e passou por internações para estabilização clínica. Apesar de apresentar períodos de melhora clínica com a terapia instituída, o cão não resistiu à progressão da doença e evoluiu a óbito após cinco meses de acompanhamento. Este estudo destaca a importância do diagnóstico precoce e da abordagem terapêutica adequada em casos de linfangiectasia intestinal, considerando a gravidade e o prognóstico reservado da doença.
Referências
Beynen, A. C. (2020). Protein supply to adult dogs. Bonny Canteen, 1, 128–136.
Branquinho, J., Mestrinho, L., Faísca, P., & Almeida, P. M. (2025). Intestinal lymphangiectasia with lipogranulomatous lymphangitis in a female Rottweiler dog: A case report. Revista de Ciências Veterinárias. https://doi.org/10.60543/rlcmv.v4i0.2410
Dandrieux, J. R. S. (2016). Inflammatory bowel disease versus chronic enteropathy in companion animals. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 46(4), 733–750. https://doi.org/10.1016/j.cvsm.2016.04.003
Davitkov, D., Vasiljevic, M., et al. (2017). Intestinal lymphangiectasia in dogs: Challenging diagnosis – 4 cases. Veterinarski Glasnik.
Hall, E. J., & German, A. J. (2015). Intestinal lymphangiectasia in dogs. Journal of Small Animal Practice, 56(10), 559–564. https://doi.org/10.1111/jsap.12391
Hawes, C., et al. (2024). In-hospital mortality in dogs with protein-losing enteropathy. Journal of Veterinary Internal Medicine. https://doi.org/10.1111/jvim.17123
Jablonski, S. A., Taylor, A., & Cooper, C. (2022). Pathophysiology, diagnosis, and management of canine intestinal lymphangiectasia: A comparative review. Animals, 12(20). https://doi.org/10.3390/ani12202791
Jergens, A. E. (2004). Inflammatory bowel disease in dogs: Advances in understanding and management. Journal of Veterinary Internal Medicine, 18(3), 304–311. https://doi.org/10.1111/j.1939-1676.2004.tb02553.
Kaçar, Y., Küpeli, Z. A., Canatan, U., Temizel, E. M., & Özyiğit, Ö. (2024). Management of inflammatory bowel disease and lymphangiectasia in a dog with octreotide and tranexamic acid. Ankara Üniversitesi Veteriner Fakültesi Dergisi, 71(4), 503–509. https://doi.org/10.33988/auvfd.1412146
Lee, E.-J., Chung, M.-J., & Jeong, K.-S. (2021). Canine intestinal lymphangiectasia concomitant with renal cell carcinoma. Acta Veterinaria, 71(3), 351–360. https://doi.org/10.2478/acve-2021-0030
Louvet, A., & Denis, B. (2004). Ultrasonographic diagnosis: Small bowel lymphangiectasia in a dog. Veterinary Radiology & Ultrasound, 45(6), 565–567. https://doi.org/10.1111/j.1740-8261.2004.04114.x
Malancus, R. N. (2021). Conclusões ultrassonográficas e endoscópicas em cães com linfangiectasia. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 73.
Margrey, C., Rollins, A. W., Tolbert, M. K., et al. (2024). Comparative evaluation of lipid profile, C-reactive protein and clinical outcome in dogs with protein-losing enteropathy. Animals, 14(21), 3119. https://doi.org/10.3390/ani14213119
Mizusawa, N., Kaga, C., et al. (2023). Analysis of fecal microbial profiles in dogs with intestinal lymphangiectasia. Journal of Veterinary Medical Science, 85(2). https://doi.org/10.1292/jvms.22-0306
Nelson, R. W., & Couto, C. G. (2015). Small animal internal medicine (5ª ed.). Elsevier.
Oliveira, I. M., da Silva, W. P. R., Lopes, M., & Borges, N. C. (2025). Intestinal lymphangiectasia in a dog: Clinical, ultrasonographic, endoscopic and elastographic aspects. Open Veterinary Journal, 15(2), 1056-1063. https://doi.org/10.5455/OVJ.2025.v15.i2.30
Petersen, H. H., et al. (2004). Protein-losing enteropathy in dogs: Clinical findings and diagnostic procedures. Acta Veterinaria Scandinavica, 45(1), 17–25. https://doi.org/10.1186/1751-0147-45-17
Resende, I. L. S., Bastos, K. O., Ribeiro, D., et al. (2024). Inflammatory bowel disease associated with lymphangiectasia in a Dachshund dog. Acta Scientiae Veterinariae. https://doi.org/10.22456/1679-9216.134517
Schmitz, S., et al. (2019). Comparative pathophysiology and management of protein-losing enteropathy in dogs. Journal of Veterinary Internal Medicine. https://doi.org/10.1111/jvim.15521
Trikoupi, G., Tompoulidou, E., Mazaraki, N., et al. (2018). Protein-losing enteropathy in the dog: Report of two clinical cases. Hellenic Journal of Companion Animal Medicine.
Washabau, R. J., & Day, M. J. (2013). Gastrointestinal pathology of companion animals. Wiley-Blackwell.
Willard, M. D., & Tvedten, H. W. (2012). Protein-losing enteropathy in dogs and cats: Pathophysiology and treatment. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 42(3), 515–532. https://doi.org/10.1016/j.cvsm.2012.03.008
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Raquel dos Santos Gomes da Silva, Nathan Vasconcelos Bandeira, Aguinaldo Francisco Mendes Junior

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
