Fatores associados às internações por doenças crônicas não transmissíveis em pessoas idosas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.50181Palavras-chave:
Doença Crônica, Hospitalização, Perfil de Impacto da Doença, Pessoa Idosa, Sistema único de saúde.Resumo
Objetivo: Analisar os fatores associados às internações de pessoas idosas por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), avaliando a interferência do número de DCNTs e o impacto do estilo de vida sedentário nas admissões em um hospital público na cidade de Guarulhos, Brasil. Método: Realizou-se um estudo observacional, transversal, com amostra por conveniência composta por pacientes internados nas enfermarias clínicas do Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos (CHPBG). Foi aplicado um questionário desenvolvido pelos autores com base em estudos similares, direcionado a pessoas com 60 anos ou mais, diagnosticadas com DCNTs e internadas devido a complicações dessas doenças. Todos os pacientes eram residentes na cidade de Guarulhos e usuários exclusivos do Sistema Único de Saúde (SUS). Os resultados foram classificados com base na paridade e utilizou-se o Odds Ratio (OR) para as análises principais. Resultados: Entre os 90 pacientes avaliados, todos eram sedentários e apresentavam, em média, três DCNTs. Observou-se associação entre o número de DCNTs e maiores chances de internação (OR = 3,48; p < 0,01), bem como maior uso dos serviços públicos de saúde (OR = 4,57; p < 0,01). Além disso, foi identificada maior dificuldade na realização de atividades rotineiras (OR = 6,27; p < 0,01). Conclusão: Parte dos desafios encontrados está relacionada ao comportamento da população, destacando-se o sedentarismo e o número de DCNTs como preditores de internações.
Referências
Anwar, A., Malik, M., Raees, V., & Anwar, A. (2020). Role of mass media and public health communications in the COVID-19 pandemic. Cureus, 12(9), e10415. https://doi.org/10.7759/cureus.10415
Baradaran Mahdavi, S., Riahi, R., Vahdatpour, B., & Kelishadi, R. (2021). Association between sedentary behavior and low back pain: A systematic review and meta-analysis. Health Promotion Perspectives, 11(4), 393–410. https://doi.org/10.34172/hpp.2021.50
Bauder, L., Giangobbe, K., & Asgary, R. (2023). Barriers and gaps in effective health communication at both public health and healthcare delivery levels during epidemics and pandemics: Systematic review. Disaster Medicine and Public Health Preparedness, 17, e395. https://doi.org/10.1017/dmp.2023.61
Bilotta, C., Nicolini, P., Casè, A., Pina, G., Rossi, S., & Vergani, C. (2012). Frailty syndrome diagnosed according to the Study of Osteoporotic Fractures (SOF) criteria and adverse health outcomes among community-dwelling older outpatients in Italy: A one-year prospective cohort study. Archives of Gerontology and Geriatrics, 54(2), e23–e28. https://doi.org/10.1016/j.archger.2011.06.037
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. (2008). Portaria nº 221, de 17 de abril de 2008. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, p. 50.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. (2022). Vigitel Brasil 2021: Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Ministério da Saúde.
Dantas, I., Santana, R., Sarmento, J., & Aguiar, P. (2016). The impact of multiple chronic diseases on hospitalizations for ambulatory care sensitive conditions. BMC Health Services Research, 16, 348. https://doi.org/10.1186/s12913-016-1580-2
DiPietro, L., Al-Ansari, S. S., Biddle, S. J. H., Borodulin, K., Bull, F. C., Buman, M. P., ... Willumsen, J. F. (2020). Advancing the global physical activity agenda: Recommendations for future research by the 2020 WHO physical activity and sedentary behavior guidelines development group. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 17(1), 143. https://doi.org/10.1186/s12966-020-01042-2
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). (2023). Banco de Dados de Informações dos Municípios Paulistas. http://produtos.seade.gov.br/produtos/projpop/index.php
Haque, M., Islam, T., Rahman, N. A. A., McKimm, J., Abdullah, A., & Dhingra, S. (2020). Strengthening primary health-care services to help prevent and control long-term (chronic) non-communicable diseases in low- and middle-income countries. Risk Management and Healthcare Policy, 13, 409–426. https://doi.org/10.2147/RMHP.S239074
Humphries, C., Jaganathan, S., Panniyammakal, J., Singh, S., Dorairaj, P., Price, M., ... Manaseki-Holland, S. (2020). Investigating discharge communication for chronically ill patients in three hospitals in India. PLoS One, 15(4), e0230438. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0230438
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2023). Censo Brasileiro de 2010. São Paulo: IBGE. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/guarulhos/pesquisa/23/24304
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2023). PNAD Contínua 2016: 51% da população com 25 anos ou mais do Brasil possuíam no máximo o ensino fundamental completo. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/18992-pnad-continua-2016-51-da-populacao-com-25-anos-ou-mais-do-brasil-possuiam-no-maximo-o-ensino-fundamental-completo
Larson, H. J. (2018). The biggest pandemic risk? Viral misinformation. Nature, 562(7727), 309. https://doi.org/10.1038/d41586-018-07034-4
Malta, D. C., Bernal, R. T., Lima, M. G., Araújo, S. S., Silva, M. M., Freitas, M. I., & Barros, M. B. (2017). Doenças crônicas não transmissíveis e a utilização de serviços de saúde: Análise da Pesquisa Nacional de Saúde no Brasil. Revista de Saúde Pública, 51(Supl. 1), 4s.
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). (2022). Perfil de indicadores de acesso e cobertura em saúde – Brasil. https://hia.paho.org/es/paises-22/perfil-brasil-pt
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). (2023). OMS revela principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo entre 2000 e 2019. https://www.paho.org/pt/noticias/9-12-2020-oms-revela-principais-causas-morte-e-incapacidade-em-todo-mundo-entre-20
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). (2024). A integração da prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis aos programas de HIV/Aids, tuberculose e saúde sexual e reprodutiva: Orientações de implementação. Washington, D.C.: OPAS. https://doi.org/10.37774/9789275728215
Pandics, T., Major, D., Fazekas-Pongor, V., Szarvas, Z., Peterfi, A., Mukli, P., ... Ungvari, Z. (2023). Exposome and unhealthy aging: Environmental drivers from air pollution to occupational exposures. GeroScience, 45(6), 3381–3408. https://doi.org/10.1007/s11357-023-00913-3
Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria. Editora da UFSM.
Prefeitura de Guarulhos. Secretaria da Saúde. (2021). Relatório Anual de Gestão (RAG) 2021. Guarulhos, SP: Prefeitura de Guarulhos.
Safiri, S., Carson-Chahhoud, K., Noori, M., Nejadghaderi, S. A., Sullman, M. J. M., Heris, J. A., ... Kaufman, J. S. (2022). Burden of chronic obstructive pulmonary disease and its attributable risk factors in 204 countries and territories, 1990–2019: Results from the Global Burden of Disease Study 2019. BMJ, 378, e069679. https://doi.org/10.1136/bmj-2021-069679
Silva, D. S. M., Assumpção, D., Francisco, P. M. S. B., Yassuda, M. S., Neri, A. L., & Borim, F. S. A. (2022). Doenças crônicas não transmissíveis considerando determinantes sociodemográficos em coorte de idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 25(5), e210204. https://doi.org/10.1590/1981-22562022025.210204
Shitsuka, R. et al. (2014). Matemática fundamental para tecnologia. (2ed). Editora Érica.
Taran, S. (2011). An examination of the factors contributing to poor communication outside the physician-patient sphere. McGill Journal of Medicine, 13(1), 86. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC3277343/
Trindade, A. C., Araujo, M. Y., Rocha, A. P., Gobbo, L. A., & Codogno, J. S. (2016). Nível de atividade física e ocorrência de doenças crônicas em pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde de Presidente Prudente – SP. Journal of Physical Education, 27(1), e-2724.
Ungvari, Z., Tarantini, S., Sorond, F., Merkely, B., & Csiszar, A. (2020). Mechanisms of vascular aging, a geroscience perspective: JACC Focus Seminar. Journal of the American College of Cardiology, 75(8), 931–941. https://doi.org/10.1016/j.jacc.2019.11.061
Van der Pol, M., Olajide, D., Dusheiko, M., Elliott, R., Guthrie, B., Jorm, L., & Leyland, A. H. (2019). The impact of primary care quality and accessibility on emergency admissions for a range of primary care sensitive chronic conditions (CSAP) in Scotland: A longitudinal analysis. BMC Family Practice, 20(1), 32. https://doi.org/10.1186/s12875-019-0921-z
Vancampfort, D., Stubbs, B., & Koyanagi, A. (2017). Physical chronic conditions, multimorbidity and sedentary behavior amongst middle-aged and older adults in six low- and middle-income countries. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 14(1), 147. https://doi.org/10.1186/s12966-017-0594-0
Vieira, S. (2021). Introdução à bioestatística. Editora GEN/Guanabara Koogan.
Wang, X., Huang, X. L., Wang, W. J., & Liao, L. (2023). Advance care planning for frail elderly: Are we missing a golden opportunity? A mixed-method systematic review and meta-analysis. BMJ Open, 13(5), e068130. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2022-068130
World Health Organization. (2011). Global recommendations on physical activity for health. https://www.who.int/dietphysicalactivity/pa/en/index.html
World Health Organization. (2021). Decade of healthy ageing: Baseline report. World Health Organization.
Zazzara, M. B., Vetrano, D. L., Carfì, A., & Onder, G. (2019). Frailty and chronic disease. Panminerva Medica, 61(4), 486–492. https://doi.org/10.23736/S0031-0808.19.03731-5
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Joel Malaquias Junior, Mario Cezar Pires

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
