Fezes sem contaminação: Boas práticas de enfermagem para coleta e envio ao laboratório
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i12.50206Palavras-chave:
Fezes, Enfermagem, Fase Pré-Analítica, Educação em Saúde.Resumo
Objetivo: Sintetizar as melhores evidências e práticas de orientação de enfermagem para a coleta de amostras fecais em exames laboratoriais, especialmente o Exame Parasitológico de Fezes (EPF) e a Pesquisa de Sangue Oculto (PSO), destacando estratégias que minimizam erros pré-analíticos e aprimoram a qualidade diagnóstica. Metodologia: Revisão integrativa conduzida conforme as diretrizes PRISMA. Resultados: A educação em saúde realizada pelo enfermeiro e a padronização da técnica de coleta são fundamentais para garantir a integridade da amostra. A contaminação por urina ou água do vaso sanitário é o erro pré-analítico mais recorrente, prejudicando a morfologia dos parasitas e comprometendo a acurácia dos resultados. O uso de coletores secos e adequados reduz substancialmente falhas, assim como a coleta seriada para o EPF e a refrigeração imediata entre 3 e 5 °C. Para a PSO, o cumprimento rigoroso das restrições dietéticas e medicamentosas — como suspensão de carnes vermelhas, ferro e anti-inflamatórios — até 72 horas antes da coleta é indispensável. A orientação sobre quantidade, porções representativas e cuidados no transporte reduz a necessidade de repetição de exames. Conclusão: A atuação do enfermeiro na fase pré-analítica é determinante para a qualidade do diagnóstico laboratorial. A implementação de protocolos visuais, capacitações periódicas e kits padronizados contribui para reduzir variabilidades, erros e amostras inadequadas, promovendo maior precisão e agilidade diagnóstica.
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