A potencialidade do teatro do oprimido na formação de professores de Química

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5753

Palavras-chave:

Teatro do oprimido, Formação de professores, Educação Química, Ensino.

Resumo

Neste trabalho, apresentamos a potencialidade do Teatro do Oprimido de Augusto Boal para promover a reflexão em um curso de Licenciatura em Química ao teatralizarmos o machismo em um contexto de aula fictícia. Boal construiu uma proposta de teatro que usa a expressão cênica para denunciar os problemas da sociedade. A partir disso, simulamos algumas opressões pelas quais poderiam passar estudantes de um curso Química envolvendo o machismo. Ressaltamos opressões sobre um modo de fazer ciência, de ser cientista, o machismo expresso no discurso e a propagação dessas tradições de ser professor(a) de Química. A experiência com o Teatro do Oprimido possibilitou agir teatralmente em direção ao posicionamento político dos estudantes, a busca por instâncias institucionais democráticas em seus cursos e a reflexão em torno da formação continuada de professores da Educação Superior. Com isto, consideramos necessária uma formação de professores de Química comprometida com uma formação política, estética e ética que leve em conta as subjetividades e contextos no processo educativo.

Biografia do Autor

  • Ingrid Nunes Derossi, Universidade Federal do Triângulo Mineiro
    Graduação em Licenciatura em Química pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2010), mestre em Educação Química - História da Ciência e Ensino (2013) e doutora em Educação Química - História da Ciência e Ensino (2018), com período sanduíche na Universidade de Giessen, na Alemanha em 2015-2016 como bolsista CAPES pelo PDSE. Foi tutora presencial do curso de Química modalidade a distância, no qual ministrou aulas prática e teóricas de diferentes disciplinas de química na Universidade Federal de Juiz de Fora, no período de 2012 a 2015 e tutora a distância em 2017. Foi professora substituta no curso de Licenciatura em Química na Universidade Federal de Santa Catarina no campus Blumenau. Atualmente é professora do curso de Licenciatura em Química na Universidade Federal do Triângulo Mineiro no campus de Iturama e Coordenadora de Ensino da instituição. Atua na área de Ensino de Química,  História da Ciência e Ensino, Gênero e teatro.

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Publicado

2020-07-12

Edição

Seção

Ciências Educacionais

Como Citar

A potencialidade do teatro do oprimido na formação de professores de Química. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 8, p. e435985753, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i8.5753. Disponível em: https://www.rsdjournal.org/rsd/article/view/5753. Acesso em: 13 dez. 2025.