Perfil de enfermeiros em unidades de terapia intensiva: fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.17523

Palavras-chave:

Ambiente de Trabalho; Enfermagem; Saúde do Trabalhador; Doenças não transmissíveis.

Resumo

Objetivo: Descrever a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) autorreferidas e os fatores de risco relacionados em enfermeiros da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral e Pediátrica em um hospital de referência na cidade de Maceió–AL. Métodos: Estudo descritivo, realizado no período de abril a julho de 2019. Os dados foram obtidos através de um questionário elaborado pelos autores, com perguntas referentes aos dados pessoais e sociodemográficos, hábitos ocupacionais e de vida e se já possuíam tais hábitos antes da atuação na UTI, além de dados antropométricos autorreferidos. Resultados: Foram entrevistados 16 enfermeiros, 87,5% do sexo feminino, com idade entre 25 a 50 anos, que atuavam no setor entre 11 a 15 anos. Em relação ao Índice de Massa Corporal, 37,5% apresentaram sobrepeso e 6,25%, obesidade. Declararam ser fumantes 12,5% dos enfermeiros e 43,75% dos entrevistados relataram haver adquirido alguma DCNT ao longo da atuação profissional na UTI. Conclusão: A ocorrência de DCNT identificada e de fatores de risco para o seu desenvolvimento apresentou-se relativamente alta. A longa jornada de trabalho e a redução da qualidade de vida dos profissionais de enfermagem na UTI mostraram-se importantes fatores em comum para o desenvolvimento das DCNT.

Biografia do Autor

Maíza Radely Pereira Ferreira, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

Enfermeira pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas - UNCISAL. Foi bolsista de Iniciação Científica pelo programa PIBIC/FAPEAL/UNCISAL (2019-2020) e integrante do Grupo de Pesquisa "Condições de Trabalho e Saúde". Foi estagiária, em Enfermagem Assistencial, da Santa Casa de Misericórdia de Maceió (SCMM) (2019-2020). Foi monitora da disciplina de Saúde e Sociedade I (2019-2020) e da disciplina de Biologia, Embriologia, Histologia (2017-2019).

Bernardo do Rego Belmonte, Faculdade de Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda

Possui bacharelado em Ciências Biológicas (2012), mestrado (2015) e doutorado (2019) em Bioquímica e Fisiologia pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é docente no ensino superior na área de saúde, contemplando as disciplinas de Bioquímica, Fisiologia Humana, Biofísica, Microbiologia e Parasitologia Humana. Possui experiência como professor no curso de Enfermagem, Medicina, Educação Física, Fisioterapia e Nutrição. Tem experiência laboratorial na área de Bioquímica, com destaque em Bioquímica de Proteínas e metabólitos secundários, atuando principalmente nos seguintes temas: purificação, aplicações biológicas de lectinas de plantas, extrações, partições e aplicações de metabólitos secundários de plantas. Além de avaliação de atividade inseticida contra Sitophilus zeamais, amebicida contra Acanthamoeba castellanii, schistomicida contra Schistosoma mansoni, além de atividade antimicrobiana contra vários tipos de bactérias e fungos patogênicos e fitopatogênicos.

Géssyca Cavalcante de Melo, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe (2020). Possui Graduação (2013) e Mestrado (2015) em Enfermagem pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e especialização em Docência na Educação Profissional pelo Instituto Federal de Alagoas (IFAL). É professora assistente da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL) e assume desde 2020 a coordenação de estágio supervisionado do curso de Enfermagem. É enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió desde 2014. Atuou no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA)/ Serviço de Assistência Especializada (SAE) em IST, HIV/Aids e Hepatites Virais (2014-2021) e teve experiência em gestão como coordenadora do mesmo serviço de saúde no período de 2016 a 2020. Atualmente, é gerente do Programa Municipal de IST/HIV/Aids/HV.

Geórgia Maria Ricardo Félix dos Santos, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

Possui bacharelado em Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco/ Centro Acadêmico de Vitória - UFPE/CAV (2007-2011). Mestrado (2011-2013) e Doutorado (2013-2017) em Bioquímica e Fisiologia pela UFPE. Especialização em Enfermagem do Trabalho pela Faculdade Joaquim Nabuco (2012-2014). Especialização Didático-Pedagógico para Educação em Enfermagem pela UFPE (2019-2020). Atualmente é professora assistente do curso de Bacharelado em Enfermagem na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL) e docente na Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo de Olinda (FACOTTUR). Tem experiência na área de Enfermagem com ênfase em: Saúde do Trabalhador, Biossegurança, História da Enfermagem, Semiologia e Semiotécnica, Enfermagem Cirúrgica e CME, atuando principalmente nos seguintes temas: ambiente e saúde do trabalhador, clínica cirúrgica, central de material e esterilização, doenças crônicas não transmissíveis, processo morte e morrer, biossegurança na manipulação e experimentação animal (ratos), programação fetal, estresse oxidativo, educação em saúde.

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Publicado

07/08/2021

Como Citar

FERREIRA, M. R. P. .; BELMONTE, B. do R.; MELO, G. C. de; SANTOS, G. M. R. F. dos. Perfil de enfermeiros em unidades de terapia intensiva: fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 10, p. e167101017523, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i10.17523. Disponível em: https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/17523. Acesso em: 18 maio. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde