Gênese da hipertensão arterial sistêmica em pacientes pós-transplante renal: uma revisão de literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38412

Palavras-chave:

Hipertensão arterial sistêmica; Transplante renal; Imunossupressores; Fisiopatologia.

Resumo

O transplante renal é tipo mais frequente de transplante de órgãos no Brasil, possui processo complexo, envolvendo aspectos éticos, imunológicos somados a condições específicas do doador e do receptor, e que podem acarretar problemas pós-operatórios, incluindo a hipertensão arterial. A HAS desenvolvida pós-transplante renal se correlaciona com desfechos cardiovasculares e renais negativos, cursando com deficiência de função renal, diminuição da sobrevida do enxerto e maior mortalidade por essas causas. A proposta consiste em uma revisão integrativa de literatura sobre a gênese da hipertensão arterial sistêmica em pacientes após realização de transplante renal, composto por artigos originais, publicados no período de 2012 a 2022, em periódicos revisados por pares, nos idiomas português, inglês e espanhol, e que permitam acesso integral ao conteúdo. Foi visto que a gênese da HAS em pacientes transplantados renais pode ser relacionada a fatores como produção de substâncias vasopressoras mantenedoras do SRAA, uso de imunossupressores como glicocorticoides e INC, além de estenose ou trombose da artéria do enxerto renal, associada ou não a fístula arteriovenosa e presença de proteinúria após o procedimento de transplante, bem como a predisposição genética como fator estimulante, especialmente mutações genéticas do tipo APOL1 e CAV-1, sejam do doador ou do receptor. Concluiu-se que a hipertensão arterial sistêmica em transplantados renais tem gênese multifatorial e pode prejudicar de forma sistemática a função fisiológica normal do órgão, bem como a perda do enxerto e diminuição da expectativa de vida desses pacientes.

Referências

Altheaby, A. et al. (2019). Effect of donor hypertension on renal transplant recipients’ blood pressure, allograft outcomes and survival: a systematic review and meta-analysis. Am J Cardiovasc Dis. 9(4) 49-58.

Antonello, J. S. (2010). Hipertensão arterial em receptores de transplante renal na infância: prevalência e fatores de risco. Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina.

Ari, E.; Fici, F., & Robles, N. R. (2021). Hypertension in kidney transplant recipients: where are we today? Curr Hypertens Rep. 23(4) 21.

Barbosa, J. T. et al. (2020). Transplante Renal: Mecanismo De Rejeição, Terapia Imunossupressora E Métodos Diagnósticos. Caderno Saúde e Desenvolvimento, 9(17) 1-14.

Barroso, W. K. S. et al. (2021). Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 116(3) 516-658.

Brasil. (2019). Ministério da Saúde. Doação de Órgãos: transplantes, lista de espera e como ser doador.

Cabral, A. et al. (2018). As repercussões no estilo de vida e nas atividades laborais dos pacientes com doença renal crônica após o transplante renal. CIAIQ, 2.

Galante, N. Z. (2015). Tratamento de indução no transplante renal. J Bras Nefrol., 37(2) 156-157.

Heidotting, N. A et al. (2012). The influence of low donor age, living related donation and pre-emptive transplantation on end-organ damage based on arterial hypertension after paediatric kidney transplantation. Nephrol Dial Transplant. 27(4) 1672-6.

Malta, D. C. et al. (2018). Prevalência da hipertensão arterial segundo diferentes critérios diagnósticos, Pesquisa Nacional de Saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia [online]. 21(1) e180021.

Marques, A. P. et al. (2020). Fatores associados à hipertensão arterial: uma revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 25(6) 2271-2282.

Mendes, K. D. S., et al. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & contexto Enfermagem, 17 (75), 764-770.

Mendes, W. D. S. et al. (2015). Estenose arterial nos transplantes renais. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões [online]. 32(5) 237-243.

Oliveira, C. M. C. et al. (2015). Proteinúria pós-transplante renal - prevalência e fatores de risco. Jornal Brasileiro de Nefrologia [online], 37(4) 481-489.

Palanisamy, A. et al. (2014). The impact of APOL1, CAV1, and ABCB1 gene variants on outcomes in kidney transplantation: donor and recipient effects. Pediatr Nephrol. 29(9) 1485-92.

Rebelo, R, N. S.; & Rodrigues, C. I. S. (2022). Hipertensão arterial no transplante renal: grande importância, mas poucas respostas. Brazilian Journal of Nephrology [online]. 2(3) 1-11.

Rees, L. (2012). Long-term outcome after renal transplantation in childhood. Pediatr Nephrol 24 475–484.

Rosa, E. C. et al. (2017). Tratamento da hipertensão na doença renal crônica. Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo. 17(1) 66-80.

Santos, W. N. et al. (2016). Atuação do enfermeiro nas complicações decorrentes do transplante renal: uma revisão de literatura. Revista UNINGÁ Review, 25(1) 136-142.

Starck, E. et al. (2020). Complicações infecciosas no primeiro ano pós-transplante renal. Braz. J. of Develop., 6(6) 36663-36676.

Tizo, J. M.; & Macedo, L. C. (2015). Principais complicações e efeitos colaterais pós transplante renal. Revista UNINGÁ Review. 24(1) 62-70.

Downloads

Publicado

18/12/2022

Como Citar

LOPES, L. F. P.; FIGUEIREDO, B. Q. de; MACHADO JÚNIOR, Álvaro N.; CUNHA, L. L. P. da .; SOUZA, R. L. de .; MACHADO, K. S.; SILVA, G. A. G. da . Gênese da hipertensão arterial sistêmica em pacientes pós-transplante renal: uma revisão de literatura. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 16, p. e583111638412, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i16.38412. Disponível em: https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/38412. Acesso em: 19 maio. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde