Manejo clínico de gestantes portadoras da Síndrome de Wolff-Parkinson-White: diagnóstico, tratamento e repercussões fetais das intervenções

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i17.38889

Palavras-chave:

Síndrome de Wolff-Parkinson-White; Doenças Cardiovasculares; Gestantes; Diagnóstico Clínico; Gerenciamento clínico.

Resumo

Objetivo: Reunir dados acerca do manejo clínico de gestantes portadoras da Síndrome de Wolff-Parkinson-White, incluindo diagnóstico, tratamento e repercussões fetais das intervenções, para reconhecer as melhores condutas e assegurar bom prognóstico materno-fetal. Metodologia: Revisão integrativa de literatura que visa elucidar a pergunta feita a partir da estratégia PICo "Como é feito o manejo clínico de gestantes portadoras da Síndrome de Wolff-Parkinson-White?", com base em artigos selecionados nas plataformas MEDLINE/PubMed®, BVS MS e WoS. Resultados: O quadro clínico pode ser inespecífico e particular, o que requer exames complementares. Assim, o eletrocardiograma é fundamental para diagnóstico e identificação de arritmias subjacentes que colocam em risco mãe e feto. Achados característicos de via acessória devem ser considerados, como o estado de pré excitação ventricular: taquicardia compensatória, diminuição do intervalo PR, aumento do complexo QRS, ondas delta em diferentes derivações e alterações da repolarização ventricular. Sobre tratamento, exceto em risco hemodinâmico materno-fetal, deve ser postergado para segundo e terceiro trimestres, sendo preferível métodos terapêuticos não invasivos com benefícios comprovados. Quando necessários medicamentos, Adenosina, Quinidina, Ibutilida, Propafenona, Verapamil e Ajmalina se mostraram seguras, Propranolol deve ser evitado e Amiodarona e Sotalol são contraindicados. Ainda, uma alternativa individualizada, para casos refratários, é a ablação da via acessória por radiofrequência. Conclusão: A Síndrome de Wolff-Parkinson-White em gestantes gera grandes riscos e seu diagnóstico pode ser um desafio, bem como seu tratamento, baseado em antiarrítmicos que ainda são controversos na gestação. A escassez de estudos atuais sobre o tema foi limitante para a realização da revisão.

Referências

Ahmad, A., Jamjute, P., & Bickerton, N. (2008). Wolff–Parkinson syndrome in pregnancy: risks and management dilemmas—a review of literature. European Clinics in Obstetrics and Gynaecology, 3(3-4), 123–126.

Avila, W. S., Alexandre, E. R. G., Castro, M. L., Lucena, A. J. G., Marques-Santos, C., Freire, C. M. V., Rossi, E. G., Campanharo, F. F., Rivera, I. R., Costa, M. E. N. C., Rivera, M. A. M., Carvalho, R. C. M., Abzaid, A., Moron, A. F., Ramos, A. I. de O., Albuquerque, C. J. da M., Feio, C. M. A., Born, D., Silva, F. B., & Nani, F. S. (2020). Posicionamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Gravidez e Planejamento Familiar na Mulher Portadora de Cardiopatia – 2020. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 114(5), 849–942.

Botelho, L. L. R., de Almeida Cunha, C. C., & Macedo, M. (2011). O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e sociedade, 5(11), 121-136.

Brizgys, R. V., & Shnider, S. M. (1984). Hyperbaric intrathecal morphine analgesia during labor in a patient with Wolff-Parkinson-White syndrome. Obstetrics and Gynecology, 64(3 Suppl), 44S46S.

Camm, A. J., Kirchhof, P., Lip, G. Y. H., Schotten, U., Savelieva, I., Ernst, S., Gelder, I. C. V., Al-Attar, N., Hindricks, G., Prendergast, B., Heidbuchel, H., Alfieri, O., Angelini, A., Atar, D., Colonna, P., Caterina, R., Sutter, J., & Goette, A. (2010). Guidelines for the management of atrial fibrillation: the Task Force for the Management of Atrial Fibrillation of the European Society of Cardiology (ESC). European Heart Journal, 31(19), 2369–2429.

Chauveau, S., Le Vavasseur, O., Morel, E., Dulac, A., & Chevalier, P. (2019). Flecainide is a safe and effective treatment for pre-excited atrial fibrillation rapidly conducted to the ventricle in pregnant women: a case series. European Heart Journal - Case Reports, 3(2).

Domínguez, A., Iturralde, P., Hermosillo, A. G., Colin, L., Kershenovich, S., & Garrido, L. M. (1999). Successful radiofrequency ablation of an accessory pathway during pregnancy. Pacing and Clinical Electrophysiology: PACE, 22(1 Pt 1), 131–134.

Friedmann, A. A. (2016). Taquicardias da síndrome de Wolff-Parkinson-White. Diagnóstico e tratamento, 21(4), 174-176.

Gray, M., & D’Amato, L. (2000). Medically Complex Pregnancy: A Case Report Illustrating Cnm/Md Collaborative Management. Journal of Midwifery & Women’s Health, 45(6), 552–557.

Harris, L., Gow, R. M., Kirsh, J. A., Klein, G. J., & Siu, S. C. (2005). Atrial arrhythmias and special circumstances. The Canadian Journal of Cardiology, 21 Suppl B, 51B60B.

Hebbar, A. K., & Hueston, W. J. (2002). Management of common arrhythmias: Part II. Ventricular arrhythmias and arrhythmias in special populations. American Family Physician, 65(12), 2491–2496.

Jeong, H. K., Yoon, N., Park, H. W., & Cho, J. G. (2020). Radiofrequency catheter ablation without radiation exposure in a 13th week pregnant woman with Wolff-Parkinson-White syndrome. Reviews in Cardiovascular Medicine, 21(2), 303.

Kanjwal, Y., Kosinski, D., Kanj, M., Thomas, W., & Grubb, B. (2005). Successful radiofrequency catheter ablation of left lateral accessory pathway using transseptal approach during pregnancy. Journal of Interventional Cardiac Electrophysiology: An International Journal of Arrhythmias and Pacing, 13(3), 239–242.

Katsuragi, S., Kamiya, C., Yamanaka, K., Neki, R., Miyoshi, T., Iwanaga, N., Horiuchi, C., Tanaka, H., Yoshimatsu, J., Niwa, K., & Ikeda, T. (2013). Risk factors for maternal and fetal outcome in pregnancy complicated by Ebstein anomaly. American Journal of Obstetrics and Gynecology, 209(5), 452.e1-6.

Klepper, I. (1981). Cardioversion in late pregnancy. Anaesthesia, 36(6), 611–616.

Kockova, R., Kocka, V., Kiernan, T., & Fahy, G. J. (2007). Ibutilide-induced cardioversion of atrial fibrillation during pregnancy. Journal of Cardiovascular Electrophysiology, 18(5), 545–547.

Mendes, K. D. S., Silveira, R. C. de C. P., & Galvão, C. M. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto - Enfermagem, 17(4), 758–764.

Munehisa, Y., Watanabe, H., Kosaka, T., Kimura, A., & Ito, H. (2007). Successful Outcome in a Pregnant Woman with Isolated Noncompaction of the Left Ventricular Myocardium. Internal Medicine, 46(6), 285–289.

Oliveira, M. D., António, H., & Reis. (2011). Síndrome Wolff-Parkinson-White. [Dissertação de Mestrado, Universidade do Porto].

Qiu, M., Lv, B., Lin, W., Ma, J., & Dong, H. (2018). Sudden cardiac death due to the Wolff–Parkinson–White syndrome. Medicine, 97(51), e13248.

Rosales, F. Mozo., Moreno, J., Bodegas, A., Melchor, J. C., LLebrez, L. Fernández., & Aranguren, G. (1994). Conversion of atrial fibrillation with ajmaline in a pregnant woman with Wolff-Parkinson-White syndrome. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, 56(1), 63–66.

Santos, C. M. D. C., Pimenta, C. A. D. M., & Nobre, M. R. C. (2007). The PICO strategy for the research question construction and evidence search. Revista latino-americana de enfermagem, 15(3), 508-511.

Sellers, J. D., Block, F. E., & McDonald, J. S. (1989). Anesthetic management of labor in a patient with dextrocardia, congenitally corrected transposition, Wolff-Parkinson-White syndrome, and congestive heart failure. American Journal of Obstetrics and Gynecology, 161(4), 1001–1003.

Sengul, T., Saracoglu, A., Sener, S., & Bezen, O. (2016). The use of sugammadex in a pregnant patient with Wolff-Parkinson-White syndrome. Journal of Clinical Anesthesia, 33, 1–4.

Silva, G., Morais, G. P., Primo, J., Sousa, O., Pereira, E., Ponte, M., Simões, L., & Gama, V. (2013). Aborted sudden cardiac death as first presentation of Wolff–Parkinson–White syndrome. Revista Portuguesa de Cardiologia, 32(4), 325–329.

Souza, M. T. D., Silva, M. D. D., & Carvalho, R. D. (2010). Integrative review: what is it? How to do it? Einstein, 8(1), 102-106.

Szumowski, L., Szufladowicz, E., Orczykowski, M., Bodalski, R., Derejko, P., Przybylski, A., Urbanek, P., Kuśmierczyk, M., Koźluk, E., Sacher, F., Sanders, P., Dangel, J., Haissaguerre, M., & Walczak, F. (2010). Ablation of severe drug-resistant tachyarrhythmia during pregnancy. Journal of Cardiovascular Electrophysiology, 21(8), 877–882.

Taco, E. J. A., Eldredge, C. A., Casa, C. A., Caza, W. C., Chaw, D. C., Burbano, R. P., & Tipan, J. P. (2020). Síndrome de Wolff Parkinson White en paciente gestante. Mediciencias UTA, 4(2), 108.

Tak, T., Berkseth, L., & Malzer, R. (2012). A case of supraventricular tachycardia associated with Wolff-Parkinson-White syndrome and pregnancy. WMJ: Official Publication of the State Medical Society of Wisconsin, 111(5), 228–232.

Takahashi, J., Saheki, Y., & Gardim, S. (2014). O que é PICO e Pico? SlideShare. https://pt.slideshare.net/bibliotecaee/o-que-pico-e-pico

Thanasa, E., & Thanasas, I. (2021). Pregnancy and Wolff -Parkinson -White Syndrome: Case Report. Merit Research Journal of Medicine and Medical Sciences, 9(8), 349–353.

Downloads

Publicado

22/12/2022

Como Citar

BRANDÃO, C. de M. F. .; FONSECA NETO, O. J.; ANDRADE, I. C. de O. .; LIMA, C. V. B. Q. de .; SANTOS, J. H. B. .; SILVA, T. S. da .; ERUDILHO, E.; MENDES, Érica de A. S. . Manejo clínico de gestantes portadoras da Síndrome de Wolff-Parkinson-White: diagnóstico, tratamento e repercussões fetais das intervenções. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 17, p. e130111738889, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i17.38889. Disponível em: https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/38889. Acesso em: 19 maio. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde