Evidências sobre neuroética e neuroeducação: Uma revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4276

Palavras-chave:

Ética; Educação; Neurociências; Bioética; Revisão; Ciências da saúde.

Resumo

Objetivo: Identificar as características e evidências dos estudos sobre neuroética e neuroeducação na literatura científica. Métodologia: Revisão integrativa realizada nas bases de dados SCOPUS, PUBMED e Web of Science. A partir da análise de 613 artigos, foram selecionados 25 para análise conforme critérios estabelecidos. Resultados: A partir da análise das evidências, seus resultados foram apresentados em três grupos principais: 1) Aumento da performance e da percepção pelo treinamento; 2) Aumento da performance pela medicalização e intervenções; e 3) Debate e crítica sobre a neuroética e neuroeducação Conclusão: Tanto a neuroeducação quanto a neuroética têm potencial para beneficiar a sociedade, em futuros desdobramentos teóricos e tecnológicos sobre a saúde e a educação. Suas repercussões e translações atingem o campo profissional da Enfermagem, o que requer uma apropriação crítica de suas bases, de modo a preservar princípios gerais de sua aplicação, como a justiça e equidade no usufruto de seus benefícios, controle de interesses e respeito à pluralidade e individualidade cultural e moral.

Referências

Almada, LF. (2013). Aspectos éticos, legais e sociais das neurociências. Revista Simbio-Logias, 6 (8), 89-100. doi: https://www.ibb.unesp.br/Home/ensino/departamentos/educacao/revistasimbio-logias/aspectos_eticos_legais.pdf

Amodeo, MT, Netto, TM & Fonseca, RP. (2010). Desenvolvimento de programas de estimulação cognitiva para adultos idosos: modalidades da Literatura e da Neuropsicologia. Letras de Hoje, 45 (3), 54-64. doi: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/8121/5810

Araujo, M. (2017). A ética do aprimoramento cognitivo: efeito Flynn e a falácia dos talentos naturais. Ethic@ Revista Internacional de Filosofia da Moral, 16 (1), 01-14. doi: https://doi.org/10.5007/1677-2954.2017v16n1p1.

Bard, I, Gaskell, G, Allansdottir, A, Cunha, RV, Eduard, P, Hampel, J, Hildt, E, Hofmaier, C, Kronberger, N, Laursen, S, Meijknecht, A, Salvör, N, Quintanilha, A, Revuelta, G, Saladié, N, Sándor, J, Santos, JB, Seyringer, S, Singh, I, Somsen, H, Toonders, W, Torgersen, H, Torre, V, Varju, M & Zwart, H. (2018). Bottom Up Ethics - Neuroenhancement in Education and Employment. Neuroethics, 11 (3), 309-322. doi: https://doi.org/10.1007/s12152-018-9366-7.

Barrios-Tao, H. (2016). Neurociencias, educación y entorno sociocultural. Educación y Educadores, 19(3), 395-415. doi: https://doi.org/10.5294/edu.2016.19.3.5.

Barros, D & Ortega, F. (2011). Metilfenidato e Aprimoramento Cognitivo Farmacológico: representações sociais de universitários. Saúde & Sociedade, 20(2), 350-362. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902011000200008.

Béjar, M. (2014). Una mirada sobre la educación: Neuroeducación. Revista Padres y Maestros, 10(355), 49-52. doi: https://revistas.comillas.edu/index.php/padresymaestros/article/view/2622

Berlanga, AC. (2013). Origen y desarrollo de la Neuroética: 2002-2012. Revista Bioética y Derecho, (28), 48-60. doi: http://scielo.isciii.es/pdf/bioetica/n28/articulo4.pdf.

Cardoso, NO, Landenberger, T & Argimon, IIL. (2017). Jogos Eletrônicos como Instrumentos de Intervenção no Declínio Cognitivo: Uma Revisão Sistemática. Revista Psicologia da IMED, 9(1), 119-139. doi: http://dx.doi.org/10.18256/2175-5027.2017.v9i1.1941

Carneiro, SG, Prado, AST, Moura, HC, Strapasson, JF, Rabelo, NF & Ribeiro, TT. (2013). O uso não prescrito de metilfenidato entre acadêmicos de Medicina. Cadernos UniFOA, 8(1), 53-59. doi: http://revistas.unifoa.edu.br/index.php/cadernos/article/view/87/0

Castro, MV, Bissaco, MAS, Panccioni, BM, Rodrigues, SCM & Domingues, AM. (2014). Effect of a Virtual Environment on the Development of Mathematical Skills in Children with Dyscalculia. PLOS One, 9(7), e103354. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0103354

Chariglione, IPF & Janczura, GA. (2013). Contribuições de um treino cognitivo para a memória de idosos institucionalizados. Psico-USF, 18(1), 13-22. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-82712013000100003.

Choudhury, S & Moses, J. (2016). Mindful interventions: Youth, poverty, and the developing brain. Theory & Psychology, 26(5),591-606. doi: https://doi.org/10.1177/0959354316669025.

Cortina, A. (2010). Neuroética: ¿Las bases cerebrales de una ética universal con relevancia política? Isegoría, 0(42), 129-148. doi: http://dx.doi.org/10.3989/isegoria.2010.i42.687

Cortina, A. (2014). Neuroética y neuropolítica: sugerencias para la educación moral. Madrid, Espanha: Tecnos.

Cuthbert, AS. (2015). Neuroscience and Education – an Incompatible Relationship. Sociology Compass, 9(1), 49-61. doi: https://doi.org/10.1111/soc4.12233.

Desender, K, Van Opstal, F & Van den Bussche, E. (2017). Subjective experience of difficulty depends on multiple cues. Scientific Reports, 7 (44222), (p.). doi: https://doi.org/10.1038/srep44222.

Fardin, CE & Piloto, JAR. (2015). Uso indiscriminado do metilfenidato para o aperfeiçoamento cognitivo em indivíduos saudáveis. Revista Uningá, 23(3), 98-103. doi: http://revista.uninga.br/index.php/uningareviews/article/view/1647

Felip, MJC. (2015). Neuroeducación en virtudes cordiales: cómo reconciliar lo que decimos con lo que hacemos. Barcelona, Espanha: Octaedro

Geniole, DCMS & Camargo, EAO. (2018). Neuroeducação, dislexia e dificuldades de aprendizagem: princípios, implicações pedagógicas e curriculares. Revista de Pós-Graduação Multidisciplinar. 1(3), 143-152. doi: https://doi.org/10.22287/rpgm.v1i3.698

Gonçalves, CS & Pedro, RMLR. (2018). “Drogas da Inteligência?”: Cartografando as controvérsias do consumo da Ritalina para o aprimoramento cognitivo. Psicología, Conocimiento y Sociedad, 8(2), 71-94. doi: http://dx.doi.org/10.26864/PCS.v8.n2.5.

Griffith, JL & Kohrt, BA. (2016). Managing stigma effectively: What social psychology and social neuroscience can teach us. Academic Psychiatry, 40(2), 339-347. doi: https://doi.org/10.1007/s40596-015-0391-0.

Han, H, Glover, GH & Jeong, C. (2014). Cultural influences on the neural correlate of moral decision making processes. Behavioural Brain Research, 259 (1), 215-218. doi: https://doi.org/10.1016/j.bbr.2013.11.012

Han, H, Lee, K & Soylu, F. (2016). Predicting long-term outcomes of educational interventions using the evolutionary causal matrices and Markov chain based on educational neuroscience. Trends in Neuroscience and Education, 5(4), 157-165. doi: https://doi.org/10.1016/j.tine.2016.11.003.

Hardiman, M, Rinne, L, Gregory, E & Yarmolinskaya, J. (2012). Neuroethics, neuroeducation, and classroom teaching: Where the brain sciences meet pedagogy. Neuroethics, 5(2), 135-143. doi: https://doi.org/10.1007/s12152-011-9116-6

Herdener, M, Esposito, F, Di Salle, F, Boller, C, Hilti, CC, Habermeyer, B, Scheffler, K, Wetzel, S, Seifritz, E & Cattapan-Ludewing, K. (2010). Musical training induces functional plasticity in human hippocampus. The Journal of Neuroscience, 30(4), 1377-1384. doi: https://doi.org/10.1523/JNEUROSCI.4513-09.2010

Hook, CJ & Farah, MJ. (2013). Neuroscience for educators: What are they seeking, and what are they finding? Neuroethics, 6(2), 331-341. doi: https://doi.org/10.1007/s12152-012-9159-3.

Inon, M. (2019). Fooled by ‘smart drugs’–why shouldn’t pharmacological cognitive enhancement be liberally used in education? Ethics and Education, 14(1), 54-69. doi: https://doi.org/10.1080/17449642.2018.1538713

Kipper, DJ. (2011). Neuroethics: a discipline under construction. Revista bioética, 19(2), 397-420. doi: http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/636/682

Lalancette, H & Campbell, SR. (2012). Educational neuroscience: Neuroethical considerations. International Journal of Environmental & Science Education, 7(1),37-52. doi: https://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ972443.pdf

Maciel, JMMP & Ramos, AGB. (2017). Uso não prescrito de cloridrato de metilfenidato entre estudantes universitários. Revista de Pesquisa Interdisciplinar,2(supl),514-524. doi: http://dx.doi.org/10.24219/rpi.v2i2.0.275.

Marino-Junior, R. (2010). Neuroethics: the brain as ethics and moral organ. Revista bioética, 18 (1), 109-120. doi: http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/539/561

Melnyk, BM, Fineout-Overholt, E, Stillwell, SB & Williamson, KM. (2009) Igniting a Spirit of Inquiry: An Essential Foundation for Evidence-Based Practice. AJN, 109(11), 49-52. doi: http://forces4quality.org/af4q/download-document/3517/Resource-Evidence_Based_Practice__Step_by_Step__Igniting_a.28.pdf

Meyers, CD. (2014). Neuroenhancement in Reflective Equilibrium: A Qualified Kantian Defense of Enhancing in Scholarship and Science. Neuroethics, 7(3):287–298. doi: https://doi.org/10.1007/s12152-014-9212-5.

Mishra, J, Sagar, R, Joseph, AA, Gazzaley, A & Merzenich, MM. (2016). Training sensory signal-to-noise resolution in children with ADHD in a global mental health setting. Translational Psychiatry. (6),e781. doi: https://doi.org/10.1038/tp.2016.45

Paula, CC, Padoin, SMM & Galvão, CM. (2015). Metodologias da pesquisa para a enfermagem e saúde. Porto Alegre, Brasil: Moriá.

Ray, KS. (2016). Not Just “Study Drugs” for the Rich: Stimulants as Moral Tools for Creating Opportunities for Socially Disadvantaged Students. The American Journal of Bioethics , 16(6), 29-38. doi: https://doi.org/10.1080/15265161.2016.1170231

Ritchie, SJ, Della, SS & McIntosh, RD. (2013). Retrieval Practice, with or without Mind Mapping, Boosts Fact Learning in Primary School Children. PLoS ONE, 8(11), e78976. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.007897

Robillard, JM. & Illes, J. (2016). Manipulating memories: The ethics of yesterday’s science fiction and today’s reality. AMA Journal of Ethics, 18,(12),1225-1231. doi: https://doi.org/10.1001/journalofethics.2016.18.12.msoc1-1612

Sankey, D. (2006). The neuronal, synaptic self: having values and making choices. Journal of Moral Education, 35(2), 163-178. doi: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/03057240600681702

Santos, BAG. (2019). Aprimoramento cognitivo por meio de nootrópicos eficazes: uma abordagem consequencialista. Guairacá Revista de Filosofia, 35(2), 19-35. doi: https://doi.org/10.5935/2179-9180.20190012

Santos, CP & Sousa, KQ. (2016). A neuroeducação e suas contribuições às práticas pedagógicas contemporâneas. 8º Encontro Internacional de Formação de Professores e 9º Fórum Permanente de Inovação Educacional, 9(1), 1-11. doi: https://eventos.set.edu.br/index.php/enfope/article/view/1877/777

Silva, DJ & Vaz, AF. (2016). A emergência do sujeito cerebral e suas implicações para a educação. Childhood & Philosophy. 12(24), 211-230. doi: https://doi.org/10.12957/childphilo.2016.22996

Simões, SEM & Nogaro, A. (2019). Ética, neuroética e práticas de ensino. Revista de bioética, 27(2), 268-275. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1983-80422019272309.

Sousa, AMOP & Alves, RRN. (2017). A neurociência na formação dos educadores e sua contribuição no processo de aprendizagem. Revista de psicopedagogia, 34(105), 320-331. doi: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862017000300009.

Tachibana, K. (2017). Neurofeedback-based moral enhancement and traditional moral education. Humana Mente Journal od Philosophical Studies, 11(33), 19-42. doi: https://www.researchgate.net/publication/323144692_Neurofeedback-Based_Moral_Enhancement_and_Traditional_Moral_Education

Tamburrini, G. (2009). Brain to computer communication: Ethical perspectives on interaction models. Neuroethics, 2(3), 137-149. doi: https://doi.org/10.1007/s12152-009-9040-1.

Vos, J. (2015). Deneurologizing education? From psychologisation to neurologisation and back. Studies in Philosophy and Education, 34(3), 279-295. doi: https://doi.org/10.1007/s11217-014-9440-5

Walther, G. (2016). Developing an ‘ethics for neuroscientists’ course: between emancipation, practicality, and postmodernity in educational action research. Educational Action Research, 24(4), 571-82. doi: https://doi.org/10.1080/09650792.2015.1065755.

Wei, G, Zhang, Y, Jiang, T & Luo, J. (2011). Increased cortical thickness in sports experts: A comparison of diving players with the controls. PLoS ONE,6(2), e17112. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0017112

Yiasemidou, M, Glassman, D, Mushtaq, F, Athanasiou, C, Williams, MM, Jayne, D & Miskovic, D. (2017). Mental practice with interactive 3D visual aids enhances surgical performance. Surgical Endoscopy, 31(10), 4111- 4117. doi: https://doi.org/10.1007/s00464-017-5459-3

Zaro, MA, Rosat, RM, Meireles, LOR, Spindola, M, Azevedo, AMP, Bonini-Rocha, AC & Timm, MI. (2010). Emergência da Neuroeducação: a hora e a vez da neurociência para agregar valor à pesquisa educacional. Ciências & Cognição,15(1), 199-210. doi: http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v15_1/m276_10.pdf.

Zocchi, M & Pollack, C. (2013). Educational neuroethics: A contribution from empirical research. Mind, Brain and Education, 7(1), XX. doi: https://doi.org/10.1111/mbe.12008.

Downloads

Publicado

20/05/2020

Como Citar

SAIORON, I.; DALMOLIN, G. de L.; RAMOS, F. R. S.; SCHNEIDER, D. G. Evidências sobre neuroética e neuroeducação: Uma revisão integrativa. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e410974276, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.4276. Disponível em: https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/4276. Acesso em: 18 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão