Avaliação do efeito carcinogênico da desloratadina em células somáticas de Drosophila melanogaster
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i6.49044Palavras-chave:
Carcinogênese, Doxorrubicina, Drosophila melanogaster.Resumo
Introdução: A Desloratadina, um eficiente antagonista dos receptores H1 de histamina, é bastante utilizada no tratamento de reações alérgicas, atuando como anti-histamínico e anti-inflamatório. Além de suas propriedades anti-inflamatórias, alguns estudos demonstraram efeitos positivos desse fármaco na inibição das vias da carcinogênese, o que somado à escassa literatura sobre seus efeitos biológicos em células cancerígenas, o torna alvo de estudos. Objetivo: Avaliar a toxicidade e o potencial carcinogênico do anti-histamínico Desloratadina. Metodologia: Análises foram feitas utilizando o teste para detecção de tumores epiteliais (ETT) em células somáticas de Drosophila melanogaster. Assim, larvas de terceiro estágio de D. melanogaster, descendentes do cruzamento entre linhagens wts/TM3 e multiple wing hair (mwh/mwh) foram submetidas a um tratamento com quatro concentrações de Desloratadina (1,56, 3,125, 6,25, e 12,50 mg/mL), e também foram incluídos um controle negativo (água osmose reversa) e um controle positivo (doxorrubicina). Resultados: Foi demonstrado que a Desloratadina isoladamente não promoveu aumento significativo (p > 0,05) na frequência de tumores. Conclusão: Nas presentes circunstâncias experimentais, a Desloratadina não apresentou efeito carcinogênico.
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