Exercício físico como estratégia para manter a autonomia em idosos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i10.49648Palavras-chave:
Autonomia funcional, Exercício físico, Idosos, Capacidade funcional, Qualidade de vida.Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar, por meio de uma revisão bibliográfica, as evidências sobre o papel do exercício físico na manutenção da autonomia funcional de idosos. Realizou-se busca nas bases PubMed e SciELO (2020–2025), utilizando descritores relacionados a “idosos”, “exercício físico”, “capacidade funcional”, “atividades de vida diária” e “qualidade de vida”. Selecionaram-se ensaios clínicos, estudos observacionais e revisões (sistemáticas e meta-análises) que investigaram variáveis de funcionalidade, como SPPB, TUG, velocidade de marcha, teste de caminhada de 6 minutos, sentar-levantar, além de indicadores de AVD/AIVD e qualidade de vida. Quatorze estudos compuseram a síntese narrativa. Os achados indicam que o treinamento de força e programas multicomponentes (força, equilíbrio/coordenação, componente aeróbio e mobilidade) melhoram o desempenho funcional e a qualidade de vida. Intervenções físico-cognitivas apresentam vantagens sobre modalidades isoladas; estratégias em cadeira beneficiam perfis frágeis; a fisioterapia aquática reduz dor e melhora a funcionalidade em osteoartrite de joelho; eHealth/tele-exercício mostram eficácia para equilíbrio e capacidade funcional. Evidências observacionais reforçam a associação entre prática habitual e autonomia. As principais limitações incluem heterogeneidade de protocolos e desfechos, amostras reduzidas e seguimentos curtos. Conclui-se que o exercício físico, especialmente em programas multicomponentes, é estratégia eficaz e adaptável para preservar a autonomia de idosos, recomendando-se padronização de doses e avaliação de desfechos clínicos de longo prazo.
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