A interação do nível de cortisol sérico com o grau de atrofia hipocampal em pacientes idosos: Uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i10.49691Palavras-chave:
Idoso, Hidrocortisona, Hipocampo.Resumo
As consequências do aumento da expectativa de vida implicam no aumento da incidência de doenças crônicas e neurodegenerativas, em destaque, a Doença de Alzheimer como importante desafio de saúde pública. Entre os mecanismos fisiopatológicos associados, a disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e a exposição prolongada a níveis elevados de cortisol podem promover efeitos neurotóxicos no hipocampo, região cerebral crucial para a memória e rica em receptores de glicocorticoides. Este estudo teve como objetivo investigar, por meio de revisão integrativa, a relação entre níveis de cortisol sérico e atrofia hipocampal em idosos, reunindo fundamentos fisiopatológicos e evidências empíricas, bem como identificando lacunas de pesquisa. A busca bibliográfica foi realizada nas bases PubMed, PsycINFO, SciELO, LILACS e Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando descritores específicos e critérios de inclusão e exclusão previamente definidos. A seleção seguiu etapas de triagem, leitura e análise crítica, com extração padronizada de dados. Foram identificados 274 estudos, dos quais 82 foram excluídos por duplicação e 170 por não atenderem aos critérios metodológicos e temáticos, restando apenas um estudo elegível. Os resultados revelam significativa escassez de pesquisas atualizadas e de qualidade sobre o tema, mesmo diante de sua relevância global. A análise integrada indica que intervenções que reduzem a exposição crônica ao cortisol ou potencializam a função hipocampal, como estímulos ambientais ou físicos, podem ter efeito protetor sobre o envelhecimento cerebral. Conclui-se que são necessárias investigações longitudinais e experimentais robustas para aprofundar a compreensão dessa relação e subsidiar estratégias preventivas para declínio cognitivo em idosos.
Referências
Blackmore, D. G., Schaumberg, M. A., Ziaei, M., Belford, S., To, X. V., O’Keeffe, I., Bernard, A., Mitchell, J., Hume, E., Rose, G. L., Shaw, T., York, A., Barth, M., Cooper, E. J., Skinner, T. L., Nasrallah, F., Riek, S., & Bartlett, P. F. (2024). Long-term improvement in hippocampal-dependent learning ability in healthy, aged individuals following high intensity interval training. Aging and Disease. Advance online publication. https://doi.org/10.14336/AD.2024.0203
Brookmeyer, R., Abdalla, N., Kawas, C. H., & Corrada, M. M. (2011). Projections of future dementia prevalence and the value of delaying disease onset. Alzheimer’s & Dementia, 7(1), 1–10. https://doi.org/10.1016/j.jalz.2010.11.002
Chumbley, J. R., Frisston, K. J., et al. (2015). Hippocampal and cerebellar atrophy in patients with Cushing’s disease. Neurosurgical Focus, 39(5), E5. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26646929/
Cotman, C. W., Berchtold, N. C., & Christie, L.-A. (2007). Exercise builds brain health: Key roles of growth factor cascades and inflammation. Trends in Neurosciences, 30(9), 464–472. https://doi.org/10.1016/j.tins.2007.06.011
Da Paz, E. G., Silva, R. S., Souza, M. M. L., Oliveira, L. S. F., & Santos, J. S. S. (2021). Doenças neurodegenerativas em adultos e idosos: um estudo epidemiológico descritivo. Ver Neurocienc, 29, 1–11. https://revistas.faculdadefacit.edu.br/index.php/JNT/article/view/3456/0
Dronse, J., Ohndorf, A., Richter, N., Bischof, G. N., Fassbender, R., Behfar, Q., Gramespacher, H., Dillen, K., Jacobs, H. I. L., Kukolja, J., Fink, G. R., & Onur, O. A. (2023). Serum cortisol is negaively related to hipocampal volume, brain structure, and memory performance in healthy aging and Alzheimer’s disease. Frontiers in Aging Neuroscience, 15, 1154112. https://doi.org/10.3389/fnagi.2023.1154112
Eriksson, P. S., Perfilieva, E., Björk-Eriksson, T., Alborn, A. M., Nordborg, C., Peterson, D. A., & Gage, F. H. (1998). Neurogenesis in the adult human hippocampus. Nature Medicine, 4(11), 1313–1317. https://doi.org/10.1038/3305
Joëls, M., & Baram, T. Z. (2009). The neuro-symphony of stress. Nature Reviews Neuroscience, 10(6), 459–466. https://doi.org/10.1038/nrn2632
Kandel, E. R., Schwartz, J. H., Jessell, T. M., Siegelbaum, S. A., & Hudspeth, A. J. (2014). Principles of neural science (5th ed.). McGraw-Hill.
Lenze, E. J., Mantella, R. C., Shi, P., Goate, A. M., Nowotny, P., Butters, M. A., Andreescu, C., Thompson, P. A., & Rollman, B. L. (2011). Elevated cortisol in older adults with generalized anxiety disorder is reduced by treatment: a placebo-controlled evaluation of escitalopram. American Journal of Geriatric Psychiatry, 19(5), 482–490. https://doi.org/10.1097/JGP.0b013e3181ec806c
Lucassen, P. J., Fitzsimons, C. P., Salta, E., & Maletic-Savatic, M. (2020). Adult neurogenesis, human after all (again): Classic, optimized, and future approaches. Behavioural Brain Research, 381, 112458. https://doi.org/10.1016/j.bbr.2019.112458
Lupien, S. J., McEwen, B. S., Gunnar, M. R., & Heim, C. (2009). Effects of stress throughout the lifespan on the brain, behaviour and cognition. Nature Reviews Neuroscience, 10(6), 434–445. https://doi.org/10.1038/nrn2639
McEwen, B. S. (2017). Neurobiological and systemic effects of chronic stress. Chronic Stress, 1, 1–11. https://doi.org/10.1177/2470547017692328
McEwen, B. S., & Morrison, J. H. (2013). The brain on stress: Vulnerability and plasticity of the prefrontal cortex over the life course. Neuron, 79(1), 16–29. https://doi.org/10.1016/j.neuron.2013.06.028
Ministério da Saúde. (2024). Relatório nacional sobre a demência estima que cerca de 8,5% da população idosa convive com a doença. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Recuperado em setembro de 2024, de https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/setembro/relatorio-nacional-sobre-a-demencia-estima-que-cerca-de-8-5-da-populacao-idosa-convive-com-a-doenca
Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria. Editora da UFSM.
Roever, L., Gomes-Neto, M., Durães, A. R., Reis, P. E. O., Pollo-Flores, P., Silva, R. M. L., & Resende, E. S. (2021). Compreendendo o GRADE: PICO e qualidade dos estudos. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, 19(1), 54–61.
Sapolsky, R. M. (2015). Stress and the brain: Individual variability and the inverted-U. Nature Neuroscience, 18(10), 1344–1346. https://doi.org/10.1038/nn.4109
Schneider, L. R., Pereira, R. P. G., & Ferraz, L. (2020). Prática baseada em evidências e a análise sociocultural na atenção primária. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 30(2), e300232. https://www.scielo.br/j/physis/a/kq66hywGnfmM4JtrftJM4ys/
Sirevåg, K., Stavestrand, S. H., Specht, K., Nordhus, I. H., Mohlman, J., Molde, H., Hammar, Å., Halmøy, A., Endal, T. B., Andersson, E., Sjøbø, T., Nordahl, H. M., Thayer, J. F., & Hovland, A. (2025). Diagnostic status moderates the association between verbal memory and left hippocampal volume in older adults with generalised anxiety disorder and healthy controls. Journal of Affective Disorders, 388, 119621. https://doi.org/10.1016/j.jad.2025.119621
Small, S. A., Schobel, S. A., Buxton, R. B., Witter, M. P., & Barnes, C. A. (2011). A pathophysiological framework of hippocampal dysfunction in ageing and disease. Nature Reviews Neuroscience, 12(10), 585–601. https://doi.org/10.1038/nrn3085
Snyder, H. (2019). Literature review as a research methodology: An overview and guidelines. Journal of Business Research, 104, 333-339. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2019.07.039.
White, S., Mauer, R., Lange, C., Klimecki, O., Huijbers, W., Wirth, M., & Alzheimer’s Disease Neuroimaging Initiative. (2023). The effect of plasma cortisol on hippocampal atrophy and clinical progression in mild cognitive impairment. Alzheimer’s & Dementia: Diagnosis, Assessment & Disease Monitoring, 15(3), e12463.https://doi.org/10.1002/dad2.12463
World Health Organization. (2025). Dementia: key facts. In Dementia - epidemiology. World Health Organization.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Luiza Helena Santos da Mota e Camanducaia, Carolina Matsuoka Herrera, Andressa Silva Sousa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
