Múltiplas arritmias sustentadas após IAMCSST: Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i10.49739Palavras-chave:
Infarto do Miocárdio, Arritmias Cardíacas, Taquicardia Ventricular, Fibrilação Ventricular, Marcapasso Artificial.Resumo
As arritmias cardíacas representam a complicação mais comum após o infarto agudo do miocárdio (IAM), sobretudo nos casos com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Apesar de, na maioria das vezes, serem autolimitadas, as arritmias sustentadas estão associadas a pior prognóstico e maior mortalidade hospitalar. Objetivo: Relatar um caso de múltiplas arritmias sustentadas — ventriculares e supraventriculares — de início tardio após IAMCSST. Metodologia: Relato de caso de um paciente masculino de 64 anos admitido com IAMCSST ântero-septal, submetido à intervenção coronariana percutânea primária (ICPP). Resultados: O paciente evoluiu com taquicardia ventricular sustentada, fibrilação ventricular e taquicardia supraventricular paroxística refratárias ao tratamento convencional, associadas a alargamento do intervalo QT. Após a implantação de marcapasso bicameral, observou-se redução do intervalo QT e ausência de novos episódios arrítmicos, com melhora clínica progressiva até a alta hospitalar. Conclusão: As arritmias sustentadas pós-IAM, ainda que raras, requerem reconhecimento rápido e manejo intensivo, dada sua relação com mortalidade precoce. A detecção de múltiplos mecanismos arritmogênicos, incluindo a coexistência de arritmias ventriculares e supraventriculares, destaca a importância do acompanhamento eletrocardiográfico contínuo e da abordagem multidisciplinar, especialmente em pacientes com disfunção ventricular esquerda e prolongamento do intervalo QT.
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