Análise do perfil de mortalidade por sepse no Brasil e por regiões entre os anos de 2018 a 2022

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v14i10.49767

Palavras-chave:

Disfunção Orgânica, Óbitos, Epidemiologia, Saúde Pública, Desigualdades Regionais.

Resumo

Introdução: A sepse é uma condição clínica grave resultante de uma resposta desregulada do hospedeiro a infecções, frequentemente associada a altas taxas de mortalidade hospitalar. No Brasil, sua ocorrência apresenta importantes disparidades regionais e demográficas, tornando necessário compreender seu perfil epidemiológico. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar o perfil de mortalidade por sepse no Brasil e por regiões, entre os anos de 2018 e 2022, considerando variáveis sociodemográficas e locais de ocorrência. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, analítico e retrospectivo, com dados secundários do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/SUS), de natureza quantitativa, utilizando estatística descritiva com frequências absolutas e relativas. Foram incluídos todos os óbitos com registros de septicemia classificados sob os códigos A40 e A41 da CID-10. Os coeficientes de mortalidade foram calculados por 100 mil habitantes, padronizados pelo método direto, utilizando como população de referência o ano de 2020. Estimaram-se também os intervalos de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Foram contabilizados 113.059 óbitos por sepse no Brasil no período analisado. A Região Sudeste apresentou os maiores coeficientes padronizados (67,3/100 mil hab.), seguida pelas regiões Sul e Nordeste. Os idosos com 80 anos ou mais concentraram as maiores taxas (1.071,1/100 mil hab.). Também foram observadas disparidades por raça/cor, com maiores coeficientes entre brancos e pretos. A maioria dos óbitos ocorreu em ambiente hospitalar. Os resultados evidenciam a elevada mortalidade por sepse no país e revelam desigualdades regionais, etárias e raciais. Reforçam-se a importância da vigilância qualificada, da atuação precoce e da padronização de condutas clínicas para redução de óbitos evitáveis.

Referências

Almeida, N. R. C., et al. (2022). Análise de tendência de mortalidade por sepse no Brasil e por regiões de 2010 a 2019. Revista de Saúde Pública, 56, 25. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022056003789

Arina, P., Hofmaenner, D. A., & Singer, M. (2024). Definition and epidemiology of sepsis. In Seminars in Respiratory and Critical Care Medicine. New York: Thieme Medical Publishers, Inc. https://doi.org/10.1055/s-0044-1787990

Carneiro, A. M. L., et al. (2023). Um estudo ecológico sobre a mortalidade por sepse no Brasil (2018–2022). Revista Brasileira de Educação e Saúde, 13(4), 77–89. https://doi.org/10.51891/rease.v10i4.13501

Calente, T. J. N., Albino, L. B., de Oliveira, J. G., Delfrate, G., Sordi, R., Santos, F. A., & Fernandes, D. (2023). Early blood lactate as a biomarker for cardiovascular collapse in experimental sepsis. Shock. https://doi.org/10.1097

Cavalcanti, A. B., et al. (2017). The epidemiology of sepsis in Brazilian intensive care units (the Sepsis Prevalence Assessment Database, SPREAD): An observational study. The Lancet Infectious Diseases, 17(11), 1180–1189. https://doi.org/10.1016/S1473-3099(17)30322-5

Chiu, C., & Legrand, M. (2021). Epidemiology of sepsis and septic shock. Current Opinion in Anesthesiology, 34(2), 71–76.

Dellinger, R. P., et al. (2023). Surviving sepsis campaign. Critical Care Medicine, 51(4), 431–444.

Demerle, K. M., et al. (2021). Sepsis subclasses: A framework for development and interpretation. Critical Care Medicine, 49(5), 748–759.

Evans, L., et al. (2021). Surviving sepsis campaign: International guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Critical Care Medicine, 49(11), e1063–e1143.

Fleischmann-Struzek, C., et al. (2018). Gender differences in sepsis: Epidemiology, outcomes and access to care. Medizinische Klinik – Intensivmedizin und Notfallmedizin, 113(Suppl. 1), S37–S43.

Frost, E., et al. (2018). The timing of early antibiotics and hospital mortality in sepsis. Critical Care, 21(1), 1–9.

Guillén, N., et al. (2017). Sepsis and immunosenescence in the elderly patient: A review. Annals of Intensive Care, 7, 50.

Hajj, J., et al. (2018). The “centrality of sepsis”: A review on incidence, mortality, and cost of care. In Healthcare (p. 90). Basel: MDPI.

Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse – ILAS. (2016). Sepse: Um problema de saúde pública. Brasília: Conselho Federal de Medicina.

Iwashyna, T. J., et al. (2010). Long-term cognitive impairment and functional disability among survivors of severe sepsis. JAMA, 304(16), 1787–1794.

Kauss, I. A. M., et al. (2007). Evaluation of the source of infection in patients with severe sepsis. Critical Care, 11, 1–1.

Kumar, N. R., et al. (2024). Multidrug-resistant sepsis: A critical healthcare challenge. Antibiotics, 13(1), 46.

Lima, H. do N. L. (2019). Sepse nos principais serviços de urgência da região Sul Maranhense: Desafios para diagnóstico e conduta. Faculdade Pitágoras, Imperatriz.

Lindenauer, P. K., et al. (2024). Racial and ethnic disparities in sepsis: A nationwide analysis of incidence, treatment, and outcomes. Chest, 165(2), 335–344.

Machado, F. R., et al. (2023). Sepsis in Brazilian emergency departments: A prospective multicenter observational study. Internal and Emergency Medicine, 18(2), 409–421.

Mariano, D. R., et al. (2022). Perfil de pacientes com sepse e choque séptico em um hospital de trauma: Estudo transversal. Enfermagem em Foco, 13.

Oczkowski, S., et al. (2022). Surviving Sepsis Campaign Guidelines 2021: Highlights for the practicing clinician. Polish Archives of Internal Medicine, 132(7–8), 16290–16290.

Opal, S. M., & Wittebole, X. (2020). Biomarkers of infection and sepsis. Critical Care Clinics, 36(1), 11–22.

Pan, X. L., et al. (2023). Epidemiological characteristics and risk factors of sepsis development and death in patients with extremely severe burns. Chinese Journal of Burns, 39(6), 558–564.

PEREIRA, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free ebook]. Santa Maria. Editora da UFSM.

Reinhart, K., et al. (2017). Recognizing sepsis as a global health priority: A WHO resolution. The New England Journal of Medicine, 377(5), 414–417.

Rhodes, A., et al. (2017). Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of sepsis and septic shock. Intensive Care Medicine, 43(3), 304–377.

Rudd, K. E., et al. (2020). Global, regional, and national sepsis incidence and mortality, 1990–2017: Analysis for the Global Burden of Disease Study. The Lancet, 395(10219), 200–211.

Sakr, Y., et al. (2018). Sepsis in intensive care unit patients: Worldwide data from the Intensive Care Over Nations audit. Intensive Care Medicine, 44(3), 280–289.

Schlapbach, L. J., et al. (2024). International consensus criteria for pediatric sepsis and septic shock. JAMA, 331(8), 665–674.

Schultz, M. J., et al. (2019). Current challenges in the management of sepsis in ICUs in resource-poor settings and suggestions for the future. In Sepsis Management in Resource-Limited Settings (pp. 1–24).

SHITSUKA, R. et al. (2014). Matemática fundamental para a tecnologia. (2.ed.). Editora Érica.

Silva, R. M. F., et al. (2022). Tendência temporal de mortalidade por sepse em idosos no Brasil no período de 2010 a 2020. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 25(3), 1–10.

Singer, M., et al. (2016). The third international consensus definitions for sepsis and septic shock (Sepsis-3). JAMA, 315(8), 801–810.

Sogayar, A. M. C., et al. (2021). Epidemiology and outcomes of sepsis in Brazil: A multicenter cohort study comparing public and private hospitals. Critical Care, 25, 231.

Thavamani, A., et al. (2020). Epidemiology, clinical and microbiologic profile and risk factors for inpatient mortality in pediatric severe sepsis in the United States from 2003 to 2014: A large population analysis. The Pediatric Infectious Disease Journal, 39(9), 781–788.

Vieira, S. (2021). Introdução à bioestatística (6ª ed.). Elsevier.

World Health Organization. (2020). Global report on the epidemiology and burden of sepsis: Current evidence, identifying gaps and future directions. Geneva: WHO.

Yao, L., Zhang, L., & Zhou, C. (2022). Analysis of prognostic risk factors of sepsis patients in intensive care unit based on data analysis. Journal of Healthcare Engineering, 2022, 3746640.

Zhou, H., et al. (2025). Unraveling immunosenescence in sepsis: From cellular mechanisms... Cell Death & Disease.

Downloads

Publicado

2025-10-14

Edição

Seção

Ciências da Saúde

Como Citar

Análise do perfil de mortalidade por sepse no Brasil e por regiões entre os anos de 2018 a 2022. Research, Society and Development, [S. l.], v. 14, n. 10, p. e86141049767, 2025. DOI: 10.33448/rsd-v14i10.49767. Disponível em: https://www.rsdjournal.org/rsd/article/view/49767. Acesso em: 9 dez. 2025.