Formação de Professores, estágio supervisionado e corpo: Biopoder e exclusão social
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i10.49777Palavras-chave:
Biopoder, Corpo, Normalização, Formação de Professores de Educação Física, Ensino e Aprendizagem.Resumo
A pesquisa objetiva investigar o modo como estudantes de Educação Física, do 5º ao 8º período do Bacharelado em uma instituição do interior do Estado do Rio de Janeiro, estão sofrendo constrangimentos que coloquem em dúvida a sua competência técnica decorrente do padrão ideal de corpo estabelecido pela mídia. Foram utilizados questionário online e entrevistas semiestruturadas como instrumentos investigativos. As narrativas dos estudantes sugerem que discursos normativos, sobretudo influenciados pelo capitalismo e disseminados pela mídia, afetam a autoimagem e a percepção relacionada à própria competência técnica, mostrando, assim, como o biopoder regula condutas e contribui para a exclusão de sujeitos que não correspondem ao modelo corporal hegemônico. O estudo indica que a formação em Educação Física deve ampliar o debate sobre corporeidade a fim de valorizar a subjetividade, romper com percepções reducionistas e reconhecer as dimensões sociais e culturais que atravessam o corpo.
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