A vida e a obra de Stella do Patrocínio: Eugenia e manicômio
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i10.49817Palavras-chave:
Eugenia, Luta antimanicomial, Stella do Patrocínio, Loucura, Mulheres.Resumo
Stella do Patrocínio foi uma mulher negra e pobre que viveu institucionalizada em manicômios por 30 anos de sua vida. Em 2001, com a publicação de seus falatórios que foram transcritos em poemas, Patrocínio se tornou uma poeta que transmitiu em sua obra intensos relatos sobre a sua vida e os seus sentimentos no manicômio Colônia Juliano Moreira. A partir dessa autora, o presente estudo tem como objetivo analisar a formação de manicômios, analisando o processo histórico que estabeleceu a eugenia como ideologia social e científica no Brasil- e na América Latina- principalmente durante a República Velha. Pretende mostrar que a ideologia se dá por meio dos preceitos da higiene mental com o objetivo de combater a degeneração social para resguardar o modelo do ‘cidadão ideal’- brancos, ricos, héteros e homens. Desse modo, as pessoas que não se encaixavam nesse padrão eram consideradas ‘desajustadas’ e ‘perigosas’, e portanto, abandonadas pelos mecanismos de poder do Estado em instituições manicomiais, onde as relações são mediadas pela violência, abusos e torturas, conforme os falatórios de Stella do Patrocínio demonstram.
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