Fratura de ângulo mandibular: Relato de caso e revisão crítica das técnicas de fixação interna
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.49990Palavras-chave:
Fraturas mandibulares, Mandíbula, Osteossíntese.Resumo
As fraturas do ângulo mandibular estão entre as mais incidentes do complexo maxilofacial e apresentam elevado potencial de complicações funcionais e estéticas. Este estudo teve como objetivo relatar um caso clínico de fratura de ângulo mandibular esquerdo, abordando o diagnóstico, a escolha do acesso cirúrgico e o sistema de fixação utilizados, além de discutir criticamente as técnicas descritas na literatura. Trata-se de um relato de caso exploratório, descritivo e qualitativo, realizado em paciente do sexo masculino, 42 anos, vítima de agressão física, que apresentava dor intensa, má oclusão e limitação da abertura bucal. O diagnóstico foi estabelecido por exame clínico detalhado e tomografia computadorizada de feixe cônico, incluindo reconstrução tridimensional para planejamento cirúrgico. O tratamento consistiu em redução aberta por acesso intraoral e fixação interna rígida com duas miniplacas monocorticais, seguindo princípios biomecânicos consolidados. O pós-operatório evoluiu sem complicações, com restauração da oclusão e harmonia facial satisfatórias. A análise da literatura demonstra evolução das técnicas de osteossíntese, desde métodos tradicionais com fios e bloqueio maxilomandibular até sistemas de placas, incluindo miniplacas, placas 3D e placas bloqueadas, além de avanços no diagnóstico por imagem e no uso de inteligência artificial para apoio à detecção de fraturas. Conclui-se que a escolha individualizada do acesso e do sistema de fixação, aliada ao diagnóstico preciso, é determinante para o sucesso funcional e estético no manejo de fraturas do ângulo mandibular.
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