Parentalidade e construção da autoestima infantil: Revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.50113Palavras-chave:
Estilos parentais, Apego, Autoestima infantil , Parentalidade , Relações familiares.Resumo
Objetivo: Investigar como as práticas parentais influenciam a construção da autoestima infantil, por meio de revisão integrativa da literatura. Método: A busca foi realizada nas bases SciELO, PePSIC e Google Acadêmico, considerando publicações entre 2010 e 2025, utilizando os descritores autoestima infantil, parentalidade, estilos parentais e apego (em português e inglês). Foram incluídos estudos empíricos e revisões com amostras de crianças e adolescentes, publicados em português, inglês ou espanhol. A qualidade metodológica foi avaliada por meio do checklist do Joanna Briggs Institute (JBI). Resultados: Foram incluídos 37 estudos, em sua maioria transversais. Os achados indicam associação consistente entre práticas parentais autoritativas – que combinam afeto e limites – e níveis mais elevados de autoestima infantil. A qualidade das interações familiares mostrou-se mais determinante do que a estrutura familiar (estado civil dos pais). Identificou-se heterogeneidade nos instrumentos utilizados e ausência de controle para variáveis contextuais. Conclusão: A parentalidade afetiva e estruturada exerce papel central no fortalecimento da autoestima infantil. Destaca-se a necessidade de pesquisas longitudinais e intervenções psicoeducativas voltadas à promoção de práticas parentais positivas.
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