O lugar da escola no processo de reprodução social: leituras de Durkheim, Althusser e Bourdieu

Resumo

Nos dias atuais é comum ouvirmos nos meios de comunicação e relatos cotidianos, discursos que reivindicam a educação e a escola como uma instituição com a potencialidade e tarefa de “transformar” a sociedade. Buscando problematizar esse discurso comumente entreouvido entre atores sociais quando se referem à função da educação, de que a escola na sociedade contemporânea teria a capacidade e objetivo de “transformar” a sociedade, este artigo, propõe analisar, à luz das contribuições deixadas por autores clássicos da Sociologia da Educação como Émile Durkheim, Louis Althusser e Pierre Bourdieu, como a instituição escolar está mais próxima de funcionar como um  mecanismo de reprodução das condições desiguais da sociedade capitalista do que o seu contrário. A metodologia de pesquisa utilizada será constituída da análise histórica dos autores estudados, por meio de pesquisa bibliográfica. Para corroborar as contribuições mais contemporâneas de Bourdieu, trazemos uma breve análise sociológica da função da escola no processo de reprodução social, a análise de Jessé de Souza. Analisando como pode ser estabelecido um diálogo entre os autores selecionados neste artigo, buscamos pensar a instituição escolar como ela está disposta na realidade concreta na percepção dos autores aqui discutidos, que destacam a dimensão reprodutivista do sistema escolar. Não para desacreditá-lo ou negar as possibilidades de utilização desta instituição para possíveis projetos inclusivos e democratizantes, mas para pontuar como, desde os primórdios de sua existência, a instituição escolar está mais propensa a imiscuir-se em direção a conservação da estrutura social existente na percepção dos autores ora analisados.