Perfil de gestantes com distúrbios hipertensivos gestacionais e desenvolvimento de instrumento para qualificação do atendimento hospitalar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i2.8913

Palavras-chave:

Protocolos; Hipertensão induzida pela gravidez; Pré-eclâmpsia e eclampsia; Síndrome HELLP; Período pós-parto.

Resumo

Distúrbios Hipertensivos Gestacionais (DHG) são as principais causas de morte materna, sendo necessário desenvolver meios de padronização e qualificação do atendimento hospitalar dessas gestantes e puérperas. Objetivo: Descrever o perfil de gestantes com DHG e o desenvolvimento de instrumentos para qualificação do cuidado hospitalar. Métodos: o estudo foi desenvolvido em uma instituição privada do sul do Brasil. O perfil das gestantes foi avaliado no período de janeiro a dezembro de 2017. Foram avaliadas as seguintes variáveis: PA, IG, tempo de internação, gestação anterior, prematuridade, reinternação, internação em CTI. Para qualificar o atendimento hospitalar foram desenvolvidos um protocolo institucional e uma carteirinha com orientações de alta para a puérpera. O desenvolvimento dos instrumentos baseou-se em grupos focais com profissionais especialistas e seguiu as seguintes etapas: definição de equipe de trabalho, revisão da literatura, identificação das necessidades de padronização e qualificação no atendimento; protótipo; ajustes; aprovação e implementação. Resultados: 3.458 gestantes internadas em 2017, 684 (19,78%) apresentaram pressão arterial elevada durante a internação e 120 (3,47%) desenvolveram DHG. Entre as alterações hipertensivas (n=684), a média de idade foi 31,6 anos; idade gestacional no parto em média 37,7 semanas, maioria primigesta (n=377; 55,2%). O protocolo contemplou os seguintes itens: Padronização da Aferição da pressão arterial (PA); Conduta se PA elevada; Diagnóstico; Classificação; Fatores predisponentes; Critério para internação; Manejo; Interrupção da gestação; Alta hospitalar e medicamento na lactação. A carteirinha apresenta orientações sobre cuidados no puerpério. Conclusão: Complicações da HAS gestacional estendem-se ao puerpério. Os produtos qualificam a assistência.

Biografia do Autor

Mariéle dos Santos Dutra Rech, Hospital Moinhos de Vento

Mestre em Pesquisa Clínica pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS.Pós graduação em cardiologia para enfermeiros Unyleya/RJ, Docência em enfermagem pela Faculdade Unyleya/RJ, curso de especialização em Enfermagem Pediátrica na PUCRS. Trabalho desenvolvido no cuidado de enfermagem nas áreas materno-infantil e Cardiologia. Atualmente exerce suas funções como professora de enfermagem no Instituto de Educação e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento em Porto Alegre.

Caroline Nespolo de David, Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Doutorado em andamento pelo PPG Epidemiologia UFRGS. Mestre em Ciências Cardiovasculares pela UFRGS (2015). Especialização em Saúde do idoso pelo Programa de Residência Multiprofissional do Hospital São Lucas da PUCRS (2012). Nutricionista graduada pela PUCRS (2009). Interesse nas áreas de Nutrição Clínica e Social, Saúde do Idoso, Saúde Pública, Epidemiologia, Doenças Cardiovasculares, Telessaúde, Saúde baseada em evidências e Pesquisa Clínica.

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Publicado

15/02/2021

Como Citar

RECH, M. dos S. D. .; DAVID, C. N. de . Perfil de gestantes com distúrbios hipertensivos gestacionais e desenvolvimento de instrumento para qualificação do atendimento hospitalar. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 2, p. e2701028913, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i2.8913. Disponível em: https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/8913. Acesso em: 18 maio. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde