Diferenças anatômicas ósseas entre as faces masculina e feminina: Uma revisão narrativa da literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i11.50057Palavras-chave:
Face, Anatomia, Ossos Faciais.Resumo
A face humana é fundamental na comunicação, identidade e interação social, composta por 14 ossos que sustentam funções fisiológicas. Ao longo da evolução, observou-se redução do prognatismo e dos dentes, resultando em estruturas faciais mais retraídas, refletindo adaptações alimentares, comportamentais e culturais. Nesse contexto, o dimorfismo sexual facial é um elemento-chave para compreender diferenças estruturais entre homens e mulheres, com relevância clínica, antropológica e forense. Esta revisão narrativa teve como objetivo analisar essas particularidades ósseas nos terços superior, médio e inferior da face, considerando implicações anatômicas e estéticas. A metodologia consistiu em busca de artigos científicos nas bases PubMed e SciELO. Os resultados mostram que homens apresentam maior projeção glabelar, robustez frontal e órbitas mais amplas, enquanto mulheres exibem contornos mais suaves e menores dimensões ósseas no terço superior. No terço médio, os homens possuem medidas zigomáticas maiores e cavidades nasais estreitas, enquanto as mulheres apresentam aberturas piriformes mais largas, com variações étnicas relevantes. No terço inferior, a mandíbula masculina é mais angulada e robusta, com maior projeção e espessura cortical. Tais diferenças orientam intervenções de harmonização orofacial, em que a feminilização suaviza estruturas e a masculinização acentua contornos. Concluiu-se que as diferenças anatômicas ósseas refletem um complexo entrelaçamento de fatores evolutivos, funcionais e estéticos, cuja compreensão é essencial para aplicações clínicas, forenses e científicas contemporâneas.
Referências
Ajanović, Z., Ajanović, U., Dervišević, L., Hot, H., Voljevica, A., Talović, E., et al. (2023). A geometric morphometrics approach for sex estimation based on the orbital region of human skulls from Bosnian population.
Arthanari, A., Sureshbabu, S., Ramalingam, K., et al. (2024). Role of mandibular parameters in gender determination: A systematic review and meta-analysis. Cureus, 16(5), e59965. https://doi.org/10.7759/cureus.59965
Bannister, J. J., Juszczak, H., Aponte, J. D., et al. (2022). Sex differences in adult facial three-dimensional morphology: Application to gender-affirming facial surgery. Facial Plastic Surgery & Aesthetic Medicine, 24(Suppl. 2), S-24. https://doi.org/10.1089/fpsam.2021.0301
Bastir, M. (2006). Evolutionary significance of craniofacial variation and modularity.
Bulut, O., Petaros, A., Hizliol, I., Wärmländer, S. K. T. S., & Hekimoglu, B. (2016). Sexual dimorphism in frontal bone roundness quantified by a novel 3D-based and landmark-free method. Forensic Science International.
Campos, J. H. (2021). Visagismo, dimorfismo sexual, proporção áurea e simetria como bases sólidas para alterações imagéticas. AOS – Arquivos de Odontologia e Saúde, 2(2), 74–90.
Del Bove, A., Menéndez, L., Manzi, G., & et al. (2023). Mapping sexual dimorphism signal in the human cranium. Scientific Reports, 13, 16847. https://doi.org/10.1038/s41598-023-43007-y
De Maio, M. (2015). The art of facial harmonization.
Fan Y, Penington A, Kilpatrick N, et al. Quantification of mandibular sexual dimorphism during adolescence. J Anat. 2019;234(5), 709-717. doi:10.1111/joa.12949
Frank, K., Gotkin, R., Pavicic, T., Morozov, S., Gombolevsky, V., Petraikin, A., et al. (2018). Age and gender differences of the frontal bone: A computed tomographic (CT)-based study.
Garvin, H. M., & Ruff, C. B. (2012). Sexual dimorphism in skeletal morphology. American Journal of Physical Anthropology.
Hashim, P. W., Nia, J. K., Taliercio, M., & Goldenberg, G. (2017). Ideals of facial beauty. Cutis, 100(4), 222–224.
Kozerska, M., Kozerska, M., Skrzat, J., & Szczepanek, A. (2015). Application of the temporal bone for sex determination from skeletal remains.
Lacruz, R. S., et al. (2019). Evolution of the human face.
Lima, A. I. C., Silva, R. A., & Almeida Júnior, E. (2016). Analysis between the zygomatic orbital points and anterior nasal spine in the investigation of sex and age in dry adult skulls. J Health Sci Inst, 34(1), 11–16.
Milella, M., Franklin, D., Belcastro, M. G., & Cardini, A. (2021). Sexual differences in human cranial morphology: Is one sex more variable or one region more dimorphic?. Anatomical record (Hoboken, N.J. : 2007), 304(12), 2789–2810. https://doi.org/10.1002/ar.24626
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book gratuito]. Santa Maria/RS. Ed. UAB/NTE/UFSM. 9).
Queiroz, C. C. C., Suguihara, R. T., & Muknicka, D. P. (2023). Self-esteem and the specialty of orofacial harmonization. Research, Society and Development, 12(7), e42584. https://doi.org/10.33448/rsd-v12i7.42584
Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática x revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem. 20(2), 5-6.
Russel, S. M., & Frank-Ito, D. O. (2023). Gender differences in nasal anatomy and function among Caucasians. Facial Plastic Surgery & Aesthetic Medicine, 25(2), 145–152. https://doi.org/10.1089/fpsam.2022.0049
Sarač-Hadžihalilović, A., Ajanović, Z., Hasanbegović, I., et al. (2022). Analysis of gender differences on pyriform aperture of human skulls using geometric morphometric method. Folia Morphologica (Warsz), 81(3), 707–714. https://doi.org/10.5603/FM.a2021.0080
Shah, R., & Frank-Ito, D. O. (2022). The role of normal nasal morphological variations from race and gender differences on respiratory physiology. Respiratory Physiology & Neurobiology, 297, 103823. https://doi.org/10.1016/j.resp.2021.103823
Sumodjo, P. R. P. A., Suguihara, R. T., & Muknicka, D. P. (2023). Facial aging and orofacial harmonization – a narrative literature review. Research, Society and Development, 12(5), e41591. https://doi.org/10.33448/rsd-v12i5.41591
Teodoro, R. A. de A., Suguihara, R. T., & Muknicka, D. P. (2023). Aesthetics and the orofacial harmonization. Research, Society and Development, 12(7), e42400. https://doi.org/10.33448/rsd-v12i7.42400
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Rafael Pioltine, Talita Priscila Silva da Costa, Mônica Alves Abrahão, Manuela Oliveira Santos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
